“Fuel Cell” em crise no Japão

17/01/2024

No Japão, a venda de veículos fuel cell eclipsou-se, em contraste com a venda de elétricos de bateria com crescente popularidade.

 

As vendas de automóveis a hidrogénio no Japão caíram a pique nos últimos dois anos, enquanto a popularidade dos veículos elétricos a bateria (BEV) aumentou significativamente no mesmo período.

Outros mercados

Esta tendência encontra também um paralelismo no que se passa na Coreia do Sul, onde as matrículas de veículos a hidrogénio caíram mais de 50% em 2023, segundo dados do governo referidos pela Hydrogen Insight. Isso representa uma queda abruta de 82,87% entre 2021 e 2023.

As vendas de FCEV na Alemanha também caíram mais de metade no ano passado, reforça esta publicação que destaca que o Japão, a Coreia do Sul e a Alemanha representam três dos cinco maiores mercados de Fuel Cell no mundo. Os outros dois, China e EUA, estavam a crescer ano a ano, de acordo com dados da consultoria sul-coreana SNE Research em outubro.

De acordo com as estatísticas mais recentes da Associação Japonesa de Concessionárias de Automóveis (JADA) avançadas pela Hydrogen Insight, em 2021, foram vendidos 2.464 veículos elétricos a células de combustível (FCEV) no país, mas esse número caiu 65% para 848 em 2022, antes de ser reduzido para metade novamente em 2023, com apenas 422 vendas divididos por três modelos essencialmente: Toyota Mirai (larga maioria), Honda Clarity e Hyundai Nexo.

No mesmo período, as vendas de viaturas elétricas a bateria mais que duplicaram – de 20.008 em 2021 para 31.592 em 2022 e para 43.991 em 2023.

Ainda assim, é bom de salientar que essas vendas de veículos de zero emissões representam uma pequena fatia das vendas totais no Japão, com mais de 7,2 milhões de automóveis a gasolina, Diesel e híbridos matriculados durante 2021-23.

A Hydrogen Insight afirma que a estratégia delineada pelo Japão para o desenvolvimento do hidrogénio, atualizada em junho do ano passado, inclui uma meta de 800 mil veículos de passageiros a células de combustível nas estradas até 2030 – no entanto, apenas cerca de 8.000 veículos a hidrogénio foram vendidos no país até agora.