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Há uma nova droga feita com catalisadores dos carros

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Com o roubo de catalisadores de automóveis a aumentar a todos os dias, já não é só o preço elevado dos metais na sua composição a gerar interesse.

Há países onde o núcleo cerâmico dos catalisadores está a ser usado para fazer droga.

O primeiro alerta chega das autoridades congolesas, preocupadas com a popularidade crescente da “bombe” – significa “poderosa” em lingala, uma das línguas bantus, falada como idioma materno na região noroeste da República Democrática do Congo. Uma nova substância perigosa, criada a partir da peça em formato de colmeia que permite ao catalisador do carro reter e filtrar as emissões poluentes dos motores. É esmagada até ficar em pó, e depois misturada com outros químicos.

Em declarações à Reuters, o diretor nacional da Federação Mundial contra as Drogas, Dandy Yela Y’Olemba, não escondeu a preocupação. “Não é uma substância feita para consumirmos”, disse, para sublinhar que os metais naquela mistura são cancerígenos. “Somos motores ou humanos?”, pergunta.

Roubo de catalisadores a aumentar em Portugal

O roubo de catalisadores de automóveis continua a aumentar em Portugal. Segundo dados da Polícia de Segurança Pública (PSP), até agosto deste ano foram registadas 3206 queixas de assaltos a carros que ficaram sem esse componente; mais 2367 ocorrências do que em 2020.

Números preocupantes, que levaram a PSP a criar equipas especializadas para investigar este tipo de crime – as Equipas Regionais de Investigação à Criminalidade Automóvel (SRICA) –, unidades que, até setembro, referenciaram quase 500 suspeitos, entre executantes, recetores e revendedores dos equipamentos.

De acordo com as autoridades, o interesse nesta peça dos automóveis em Portugal está relacionado com os preços elevados dos metais no seu interior, tais como a platina, o paládio e o ródio.

Há maior número de ocorrências na área metropolitana de Lisboa, em automóveis com matrículas entre 1998 e 2001.

As técnicas utilizadas estão em constante evolução e são cada vez mais audazes, havendo registos de casos da tentativa de furto destes componentes em veículos estacionados em locais com assinalável passagem de pessoas e em plena luz do dia.