O mais recente estudo da carVertical, empresa de dados do setor automóvel, revelou os países em que a compra de um automóvel em segunda mão é mais arriscada. Intitulado “Índice de Transparência do Mercado”, este estudo classifica os países com base em vários indicadores e determina os países mais transparentes. Aparentemente, a situação em Portugal está acima da média, o que se assemelha às tendências registadas noutros países do Sul da Europa.

Dos 25 países do Índice de Transparência do Mercado, Portugal ocupa o 9.º lugar. No que respeita à quilometragem, 2,2% de todos os veículos verificados na carVertical em Portugal tinham quilometragem falsificada. Em média, o conta-quilómetros de um veículo falsificado em Portugal está alterado em 60 769 km, o que nos indica que, por exemplo, se a quilometragem real do veículo for de 200 000 km, os burlões podem alterá-la para 140 000 km para tentarem vender o carro por um valor superior.
Ainda no nosso país, 70,8% dos carros chegam de outras latitudes. A idade média dos veículos verificados na carVertical é de 8,6 anos, o que significa que esses carros já perderam uma parte significativa do seu valor e podem incentivar os prevaricadores a alterar a sua quilometragem e a aumentar o preço de venda.
Na vizinha Espanha, que ocupa o 11.º lugar, 4,6% dos automóveis apresentam quilometragem falsificada e 38,1% estão danificados. No entanto, a percentagem de veículos importados é inferior (60,4%).
Mercados ocidentais e países escandinavos são mais transparentesO país mais transparente no estudo é o Reino Unido. Como os britânicos não estão interessados nos veículos de condução à esquerda, que dominam a Europa continental, as taxas de importação são muito baixas (2,2%), e isso está directamente relacionado com o menor número de fraudes no mercado de veículos usados.
O Reino Unido tem 2,7% de veículos com quilometragem falsificada, a Alemanha – 3,4%, a Suíça – 2,4%, a Dinamarca – 4,1% e a França – 3,3%, o que é significativamente melhor do que noutras partes da Europa.
“Os mercados ocidentais e os países escandinavos são geralmente mais transparentes do que os países da Europa de Leste, principalmente porque a legislação é mais rigorosa, há menos importação de veículos usados e o PIB per capita é mais elevado. Os países com economias mais fortes costumam ter frotas automóveis mais jovens e menos fraudes, uma vez que menos compradores optam por veículos baratos”, afirma Matas Buzelis, especialista em automóveis e Diretor de Comunicações da carVertical.
Os países da Europa Central, como a Chéquia ou a Eslováquia, situam-se no meio do Índice de Transparência do Mercado: a falsificação da quilometragem é mais comum aqui do que na Europa Ocidental e as taxas de importação são elevadas.
“As taxas de fraude nesta região estão correlacionadas com um maior número de automóveis importados, já que os dados dos automóveis se costumam perder nas transacções transfronteiriças. A qualidade das reparações é questionável e a percentagem de veículos danificados é superior à média. Além disso, do ponto de vista da legislação de prevenção de fraudes, alguns países não fazem o suficiente para proteger o interesse público”, explica Buzelis.
Fonte: carVertical
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