A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), afirma que a indústria precisa que as instituições europeias “apresentem medidas urgentes de alívio antes da entrada em vigor dos novos objetivos de CO2 para automóveis e carrinhas em 2025”.
Em agosto, as vendas de automóveis novos na União Europeia (UE) caíram 18,3%, atingindo o valor mais baixo dos últimos 3 anos. Apesar de agosto ser normalmente um mês fraco, os números levaram a ACEA a reagir.
A acompanhar a diminuição global de vendas, que atingiu os dois dígitos nos principais mercados, Alemanha, França e Itália, o facto também salientado pela ACEA é o da queda de vendas de veículos elétricos.
De acordo com os dados da ACEA, as vendas de automóveis totalmente elétricos caíram 43,9% em agosto, com os maiores mercados de veículos elétricos do bloco, a Alemanha e a França, a registarem quedas de 68,8% e 33,1%, respetivamente. Os registos de carros elétricos plug-in, entretanto, caíram 22,3% no bloco de 27 membros.A ACEA afirma que a dificuldade com os automóveis elétricos se deve a uma deficiente rede de carregamento na Europa, bem como à falta de políticas de incentivo à compra, bem como ao alto custo dos automóveis e à concorrência dos veículos chineses.
Face a estes números, a ACEA urge a Comissão Europeia a “antecipar para 2025 as revisões dos regulamentos sobre CO2 para veículos ligeiros e pesados, atualmente previstas para 2026 e 2027, respetivamente”.
Em causa, estão multas que podem atingir os milhares de milhões de euros se a indústria automóvel europeia não atingir os objetivos de redução do CO2 previstos para 2025.
Os números que estão a deixar os executivos da ACEA muito preocupados podem ser conjunturais. O grupo de pressão Transport & Environment (T&E) considera que a quota de mercado dos veículos elétricos se pode situar nos 24% já em 2025.
Para que isso seja possível, a T&E aposta no sucesso de “sete novos modelos totalmente elétricos com menos de 25 000 euros que chegaram ou vão chegar ao mercado em 2024 e 2025”.
O apelo da ACEA à União Europeia não é consensual dentro da própria indústria automóvel.
Recorde-se que Carlos Tavares, o homem-forte da Stellantis, afirmou que mudar as regras agora seria “surreal”.
“Toda a gente conhece as regras há muito tempo e teve tempo para se preparar, por isso agora é altura de fazer uma corrida”, afirmou o CEO da Stellantis.