Apesar de ser um automóvel totalmente funcional e ter alguns elementos que foram utilizados no Lamborghini Espada, lançado um ano depois, que também tem quatro lugares, o Marzal nunca foi pensado para a sua produção em série, mas sim de servir como montra publicitária, como o próprio Ferruccio Lamborghini o admitiu, assim como avaliar as reacções do público a um modelo GT.
O seu design era bastante radical para a época, pois ainda não tinha chegado a década de 70 e o design em cunha que esteve bastante em voga. Uma das suas funcionalidades únicas eram as suas grandes portas envidraçadas que tinham abertura em asa de gaivota. As suas jantes são únicas e foram produzidas em magnésio pela Campagnolo. Na frente podia-se ver os seis faróis da S.E.V. Marchal. O seu chassis tinha por base o do Miura, aqui alongado em 120mm, que era coberto por uma carroçaria construída em aço, à excepção do capot que era de alumínio. Todo o vidro utilizado no Marzal foi produzido pela Glaverbel. O interior está ainda equipado com ar condicionado, devido ás altas temperaturas que pode atingir, que também ajudava no arrefecimento do próprio motor.
Ao nível mecânico, o Marzal está equipado com um motor de seis cilindros em linha de 2,0L de cilindrada, desenvolvido por Gian Paolo Dallara a partir do motor V12 de 4,0L e montado transversalmente. A alimentação de combustivel é efectuada através de três carburadores duplos Weber 40 DCOE. Desenvolve uma potência de 175cv às 6.800rpm e 179Nm de binário às 4.600rpm, podendo atingir os 225km/h de velocidade máxima. Acoplado ao motor está uma caixa de cinco velocidades manuais montada numa posição transaxle, extraída do Lamborghini Miura. O seu peso total é de 1.220kg. Todo o sistema de suspensão, direcção e travagem foi extraído do Miura.
Durante o Grande Prémio do Mónaco de 1967, o Lamborghini Marzal seria utilizado na volta de honra, conduzido pelo Principe Rainier III, acompanhado pela sua esposa, a Princesa Grace Kelly. Seria novamente utilizado na volta de honra no Grande Prémio do Mónaco de 2018, desta vez conduzido pelo Principe Albert II.
Apenas um exemplar foi produzido do Lamborghini Marzal e foi pintado de cinza prata. Foi muito utilizado por empresas da época para produzir miniaturas, como é o caso da Dinky Toys e da Matchbox, com variadas cores.O Marzal ficou desde sempre no Bertone Design Study Museum, até este atelier ter entrado na falência e todo o seu espólio ser vendido. Foi vendido no leilão da RM Sotheby’s, em Villa d’Este em 2011, por 1.512.000 de euros.
