O aumento dos preços das peças importadas e a incorporação de metais como o cobre na sua composição, que também fez disparar o seu custo disparou nos últimos meses, está a preocupar a Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA), que alertou em nota divulgada pela Lusa para subidas nas faturas das oficinas brevemente.
“Ainda não é percetível no mercado, porque é um processo relativamente recente, mas é muito provável que venha a ter reflexos muito grandes”, explica Roberto Gaspar, secretário-geral da associação, que lembra que as peças automotivas “são uma parte importante do custo da manutenção”.
As previsões são de que no “segundo semestre o consumidor vai começar a sentir esse aumento”.
Más notícias para somar a um conjunto de “distorções” do mercado automóvel, nomeadamente no que diz respeito ao “desfasamento da oferta”.
“Como há dificuldade de produção de carros, os fabricantes estão a fabricar automóveis onde têm margens superiores, que são os segmentos médio/alto e alto. Por isso é que assistimos a uma subida das vendas das marcas premium e, também, dos [veículos] elétricos, embora neste último caso seja também pela obrigatoriedade de os fabricantes atingirem determinadas quotas de emissões”, referiu o mesmo responsável.“As previsões dos fabricantes automóveis eram que, no segundo semestre deste ano, as coisas tendessem a começar a normalizar e estivessem completamente estabilizadas no primeiro trimestre do próximo ano. Mas, com a introdução do fator guerra e de algumas quebras na cadeia de algumas matérias-primas que são determinantes para os carros, hoje em dia estamos a falar de uma equação mais difícil de prever”. E acrescenta: “há, nesta altura, falta de aço e de outros elementos que são utilizados nos carros, nomeadamente nos carros eletrificados, e isso faz com que haja dificuldade e indefinição sobre quando é que a situação tenderá a estabilizar”.