Louis C. Camilleri: o novo homem à frente da Ferrari

25/07/2018

Alexandra Beny
Alexandra Beny
Jornalista
Com o desaparecimento de Sergio Marchionne, mexeram-se várias peças no xadrez do grupo FCA e não só. A Ferrari também passou a ser chefiada por um novo presidente, cujo passado não está “diretamente” relacionado com o automobilismo: Louis C. Camilleri, CEO da gigante Philip Morris, líder do tabaco. Como veio parar à Ferrari? Já contamos.
Alexandra Beny
Alexandra Beny
Jornalista

A notícia caiu que nem uma bomba no passado domingo. Sergio Marchionne, CEO da Ferrari e do Grupo FCA entrara em coma, depois de sofrer complicações na fase pós-operatória após uma cirurgia ao ombro direito. O episódio despertou alguma desconfiança, mas a rapidez com que as empresas reagiram para a sua substituição previa o pior. Marchionne, dificilmente, voltaria a sentar-se no trono daquelas construtoras.

Com John Elkman, neto de Gianni Agnelli e presidente do grupo FCA, a assumir cargo o máximo da marca do Cavallino Rampante foi necessário arranjar um braço-direito. A escolha acabou por recair em Louis C. Camilleri, o então presidente do conselho de administração da Phillip Norris International.

“A relação de longo prazo entre ambas as empresas Philip Morris e Ferrari é profunda e significativa, e, por isso, estamos ansiosos por continuar a nossa colaboração empresarial”, comunicou a tabaqueira.

Dos maços para os circuitos

Desde 2009 que a publicidade às marcas de tabaco foi banida do automobilismo. Contudo, estas tiveram indiscutivelmente um papel marcante na história do desporto motorizado. No que toca à Ferrari, a equipa do Cavallino Rampante teve uma longa relação com a Marlboro, da Philip Morris. É aqui que entra o nome de Camilleri. Na altura, era CEO da Altria, monopólio que detinha os direitos da Philip Morris como um todo, antes da tabaqueira acabaria por se separar em duas facções:uma americana e outra internacional. Além de vestir os monolugares da Ferrari, Camilleri também era acionista da Ferrari NV, sociedade holandesa (New Business Netherlands NV) que controla a marca de Maranello.

O nome de Camilleri não surge então, por acaso. O passado deste multimilionário egípcio de 63 anos, afinal não está apenas envolvido em fumo de tabaco, mas também de tubos de escape.