Numa era em que o tema das emissões poluentes é orientador do desenvolvimentos tecnológico na indústria automóvel, as companhias relacionadas com o setor dos combustíveis e lubrificantes procuram também combater as emissões de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera.

Embora os veículos eletrificados sejam apontados como o futuro da mobilidade, a larga maioria dos veículos na estrada ainda são aqueles que recorrem aos motores de combustão interna, razão pela qual há ainda margem para reduzir as emissões poluentes sem que seja necessário apostar em soluções dispendiosas para o lado do consumidor final.

Eis a razão pela qual a Shell, empresa com enorme tradição no desenvolvimento de combustíveis e lubrificantes, continua empenhada em novos produtos que visam não só melhorar a eficácia dos motores térmicos, mas também melhorar as suas prestações sem colocar em causa a sua fiabilidade.

Para o efeito, a Shell tira partido da sua extensa ligação ao universo da competição automóvel, encetando alianças mais profundas com a Ferrari, Hyundai e BMW nas modalidades em que estas participam, variando das pistas (no caso da Ferrari e da BMW) aos troços de ralis (no da Hyundai), cada um deles com os seus próprios desafios.

A marca holandesa defende que é a partir dessas ações de parceria profunda, com troca de dados e empenho mútuo na obtenção de melhores soluções de performance e de durabilidade, que muitos dos lubrificantes chegam numa fase posterior aos veículos de produção em série, permitindo que muitos dos condutores consigam beneficiar de um incremento na eficácia dos motores dos seus carros. Essas parcerias são vistas, assim, como laboratórios ‘vivos’ e em mutação constante, permitindo retirar dados relevantes para o desempenho dos lubrificantes e dos motores, tanto no mundo da Fórmula 1 (Ferrari), DTM (BMW) ou do Mundial de Ralis (Hyundai).

No caso desta última, por exemplo, os ganhos derivados da área dos lubrificantes pode chegar a 1,5 CV ou 2 CV, o que, como nos referiu Thierry Neuville, piloto da equipa Hyundai Motorsport no WRC, pode “parecer pouco para um condutor comum, mas que para nós, pilotos, pode fazer uma grande diferença nos troços de competição”.

Os combustíveis e os lubrificantes de competição da Shell são desenvolvidos num departamento específico da companhia em Hamburgo, com um investimento de cerca de 100 milhões de dólares por ano para a pesquisa relacionada com essa área. No total, há uma equipa de cerca de 200 cientistas da Shell a trabalhar na evolução de lubrificantes.

Pureza lubrificante

O último dos avanços da Shell na área dos lubrificantes é o Pure Plus Technology, que recorre a um processo de conversão de gás natural (ponto de partida) em líquido, com o resultado a ser um óleo cristalino sintético e pureza de 99,5%, de acordo com os dados revelados pela companhia petrolífera, que lança ainda um valor de poupança de emissões de CO2 para a atmosfera: 70%.

A Shell aponta ainda que esta nova tecnologia permite ainda um maior controlo sobre as propriedades do óleo e uma resposta mais eficaz em qualquer tipo de condições ambiente, permitindo também “limpar e proteger” diversos componentes do motor, como os cilindros em situações de atuação constante do sistema start-stop.

Por outro lado, pretende também evitar a existência de alguns problemas com os turbocompressores e responder a muitas situações de pré-ignição do motor a baixa velocidade, que podem causar danos no motor. Aliás, neste capítulo, a Shell garante estar a trabalhar com alguns fabricantes no sentido de contornar esta questão através da utilização de lubrificantes, nivelando a temperatura no interior dos cilindros.

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