Mário Patrão é perentório ao afirmar que nada disto seria possível sem ter o banco Crédito Agrícola como seu patrocinador principal, contudo, a 11ª participação do piloto luso no Rali Dakar teve algumas novidades. A mais importante terá sido mesmo o facto de ter corrido com uma moto nova.
A proposta irrecusável partiu da própria Honda, que desafiou o piloto natural de Seia a participar com uma Honda CRF450 RS2 Rally – a sua KTM 450 Rally já tinha feito dois Rali Dakar, e apesar de ter levado um motor novo, todos os outros componentes foram sujeitos a um desgaste muito elevado – o único problema foi que Mário Patrão não pôde testar a nova moto antes de iniciar o rali.
Outra novidade foi a etapa maratona de 48 horas, uma “empreitada” de 630 km que Mário Patrão descreve como: “Bem organizada, mas só com dunas e muito desgastante, o que implicou uma gestão muito precisa do tempo. Depois desta etapa a moto só precisou de levar uma culassa e pistão novos”. A assistência durante a prova, associada à proposta da Honda, foi outra novidade e um descanso que o piloto não teve na edição do ano passado em que competiu na categoria Malle Moto em que o concorrente está sozinho, sem ajuda.
A 5ª edição do Rali Dakar disputada na Arábia Saudita teve 4.727 km cronometrados de um total de 7.881 quilómetros distribuídos por 12 etapas, 11 delas ganhas por Mário Patrão, que faz um balanço muito positivo da sua participação na prova, apesar das duas quedas inesperadas, mas que felizmente não tiveram consequências graves.
Questionado sobre a sua supremacia em relação aos outros 27 pilotos a competir na mesma categoria – terminou com uma vantagem de 6 horas para o segundo classificado –, Mário Patrão explica: “A maioria terá começado a competir ainda antes dos 10 anos de idade. Eu como só comecei aos 18 anos devo estar menos cansado…”