A melhor forma de enfrentar um engarrafamento é evitá-lo. E com a panóplia de soluções de conectividade hoje à disposição, fugir às filas de trânsito é cada vez mais fácil. Mas o que um grupo de pesquisadores do Laboratório de Informática e Inteligência Artificial (CSAIL), quis descobrir é como pode resolver-se o mal pela raiz e evitar-se a acumulação de veículos nas estradas na origem dos muitos congestionamentos relâmpagos que surpreendem os automobilistas a qualquer hora do dia. A resposta está numa única mensagem: “Stop tailgating!”, o que em português significa qualquer coisa como pare de conduzir “colado” ao veículo da frente.
No estudo publicado na Transactions on Intelligent Transportation Systems (IEEE), a equipa cientistas explica que o distanciamento na estrada é a resposta para trajetos mais rápidos. O modelo matemático utilizado na pesquisa permite perceber que, ao manter uma distância pré-definida igual entre os carros, os condutores chegavam aos seus destinos duas vezes mais rápido.
Berthold Horn, coautor do estudo, afirma que os seres humanos tendem a ver o mundo em termos do que está a nossa frente, tornando quase contranatura uma condução preocupada com o que acontece no retrovisor. Embora essa poderia ser uma solução para agilizar o trânsito nas cidades. Este conceito de “controlo bilateral”, que Horn desenvolve desde 2013 inspira-se na forma como os bandos de pássaros se movimentam em conjunto. “As aves fazem-no há séculos”, explicou.
Uma das suas propostas passa por conectar eletronicamente os veículos para coordenar as distâncias entre si, consciente de que os automobilistas dificilmente mudariam espontaneamente comportamentos ao volante neste sentido. O matemático sugere que sejam as fabricantes a atualizarem os seus sistemas de cruise control, adicionando sensores tanto para os para-choques dianteiros, como para os traseiros.
