Quando foi apresentado pela primeira vez no Salão Internacional do Automóvel IAA, em Setembro de 1967, o NSU Ro 80 surpreendeu o mundo automóvel. O perito da NSU, Klaus Arth, descreveu-o da seguinte forma: “O público não sabe onde se focar primeiro. Se na forma futurista, na condução extravagante, ou ambas”. O automóvel inspirou o público, mas não resultou num sucesso de vendas, pelo que o último NSU Ro 80 saiu da linha de produção em Abril de 1977. Neste segundo episódio da série sobre a história da NSU, a Audi Tradition apresenta este modelo.
Uma fábrica que produz um novo automóvel está quase sempre tentada a pensar que é o “mais bonito, o mais rápido, o mais económico, o mais moderno – em suma, o automóvel ideal”. Foi com estas palavras que a NSU Motorenwerke AG anunciou o seu novo modelo na véspera do IAA de 1967, “na NSU, também estamos bastante orgulhosos do nosso filho mais novo, mas fazemos questão de evitar superlativos sob qualquer forma – em vez disso, limitamo-nos a expressar uma suposição: Este é um bom e, certamente, um veículo muito interessante”, acrescentou, de forma mais modesta.
O fabricante de automóveis de Neckarsulm apoiou estas afirmações com mais de 80 páginas de informação, incluindo dados técnicos, desenhos e uma descrição detalhada do princípio de funcionamento do motor de pistão rotativo NSU/Wankel. A NSU sabia que mesmo os especialistas iam precisar de material extenso para explicar o novo conceito de veículo, especialmente sobre o motor NSU/Wankel. A documentação reconhecia exaustivamente as suas vantagens – como menor peso, menor necessidade de espaço, funcionamento com pouca vibração e menos componentes quando comparado com um motor de pistão convencional.
Em Setembro de 1967, após cinco anos de desenvolvimento, a empresa sediada em Neckarsulm apresentou o NSU Ro 80 ao público nos pavilhões de exposição de Frankfurt como o primeiro automóvel de produção do mundo com um motor Wankel de dois discos. O público da feira ficou surpreendido e inspirado.
Novos padrões de estética e tecnologiaO sedan desportivo estabeleceu novos padrões de comportamento em estrada, segurança, conforto e desempenho. O Ro 80 seguiu o ditado que diz que “A forma segue a função”. A NSU desenvolveu o automóvel num túnel de vento: A sua linha de construção em forma de cunha, com uma frente plana, uma linha de cintura baixa e ligeiramente inclinada e uma traseira elevada, permitiu um coeficiente de resistência de 0,35 – e criou uma imagem considerada futurista pelos utilizadores. Nos cartazes publicitários do Ro 80 “There are ‘Yesterday’ cars, and there are ‘Today’ cars, and then there are NSU cars.” Em 1971, a mensagem foi formulada de forma mais universal: “Vorsprung durch Technik” um slogan que se tornou a essência da desde que a Auto Union GmbH e a NSU Motorenwerke AG, sediadas em Ingolstadt, têm viajado juntas desde a sua fusão em 1969.
A ousadia da empresa sediada em Neckarsulm para lançar o Ro 80, um automóvel revolucionário em tantos aspectos, acabou por ter recompensa. Um ano após o lançamento, jornalistas especializados a nível internacional votaram no NSU Ro como “Carro do Ano”, sendo o primeiro veículo alemão a receber esta distinção. O automóvel não alcançou, porém, sucesso comercial prolongado. Em 1973, a crise do petróleo aumentou os preços da gasolina, levando os clientes a optarem por veículos mais económicos. Foi o fim do motor de pistão rotativo e, consequentemente, o fim do NSU Ro 80. O automóvel foi produzido na fábrica de Neckarsulm de 1967 a 1977. Quando o modelo foi descontinuado em 1977, a produção do Audi 100 já ocupava a maior parte da capacidade da fábrica. Durante o período de vida do modelo, foram produzidas um total de 37.374 unidades NSU Ro 80.
