O Chevrolet Corvette único oferecido pela General Motors ao designer Harley Earl

09/03/2024

Em 1963 é lançada a segunda geração de um dos desportivos americanos mais famosos de todos os tempos: o Chevrolet Corvette. Com um design completamente diferente da anterior geração, elaborado por Larry Shinoda e Anatole Lapine, foi designado de Corvette Sting Ray. Uma das grandes novidades consistia na substituição do eixo rígido traseiro por uma suspensão independente, que tornava a condução muito mais apurada e em pé de igualdade com os desportivos europeus.

A carroçaria pouquíssimo tinha em comum com o anterior Corvette, estando agora disponível na carroçaria coupé, para além do tradicional descapotável, com faróis escamoteáveis e com o icónico vidro traseiro dividido, conhecido por Split Window. No entanto, esta forma característica do vidro traseiro dificultava em muito a visão e, dessa forma, foi descontinuada logo em 1964, sendo substituído por um vidro completo.

Harley Earl foi um designer americano de automóveis e o responsável pelo departamento de design da General Motors (GM) de 1927 a 1958. Dos seus desenhos podemos destacar precisamente o primeiro Chevrolet Corvette. Nos últimos anos de actividade na General Motors alcançou o posto de vice-presidente do grupo. É considerado por muitos o “pai” dos concept cars uma vez que foi o primeiro a utilizar esses protótipos para testar novas formas de desenho, algo que nasceu com o Buick Y-Job. Harley reformou-se na GM em 1958, aos 65 anos.

Em 1963 a GM ofereceu a Harley Earl um Chevrolet Corvette muito especial, como forma de agradecimento dos anos de actividade na empresa, utilizando-o regulamente nos seus passeios, dando até uma volta ao circuito de Daytona aquando da Daytona 500 em 1965, quando foi o Grand Marshal do evento.

O Corvette foi pintado num azul metalizado que não estava disponível aos clientes em geral, com uma risca branca na zona central da carroçaria. O interior acompanha as cores azuis e brancas na pele com que foi estofado. No interior podemos também ver uma parafernália de instrumentos na zona do passageiro, com acelerómetro, altímetro e dois termómetros, algo que nunca foi disponibilizado nos Corvette de produção. Esteticamente há também a destacar as oito saídas de escape laterais, quatro de cada lado, o que nunca foi produzido em série.

A nível mecânico, o Corvette da Harley está equipado com o V8 327 de 300cv de potência, não sendo, por isso, o motor com maiores prestações do catálogo da época. Está acoplado a uma caixa manual Muncie M20 de quatro velocidades. No entanto, o sistema de travagem é especial, incorporando duplo circuito de óleo e discos nas quatro rodas, algo que só ficaria disponível no Corvette em 1965.

No passado dia 12 de Janeiro este Corvette único e especial foi levado a leilão, num evento organizado pela Mecum em Kissimmee, sendo vendido por 803 mil dólares, o equivalente a cerca de 743 mil euros.

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