O seu próximo carro é chinês? Faça isto para evitar surpresas

23/08/2023

As marcas chinesas estão à conquista do mercado europeu com produtos de qualidade mas dos quais conhecemos ainda muito pouco.

Os construtores automóveis da China têm tido dificuldade em implantar-se no mercado europeu, mas é certo que as vendas dos modelos chineses no Velho Continente vão aumentar grandemente nos próximos anos, à medida que mais marcas forem chegando e com preços igualmente competitivos ou até inferiores aos dos concorrentes europeus, americanos e asiáticos).

Neste lote incluem-se os modelos de empresas como a Aiways (lançada em Portugal no ano passado em parceria com a Astara), a BYD (representada pela Salvador Caetano no início deste ano), a MG ou a Zeekr (que deverá chegar a Portugal em 2025), pertencente ao Grupo Geely, um dos maiores da China, mais os que chegam por outros canais de marcas não tão conhecidas, mas também originárias de grandes grupos como o SAIC, a Dongfeng, a Geely ou a Great Wall Motors.

Histórico de fiabilidade

Globalmente, os construtores chineses melhoraram na qualidade e na segurança e, a reboque da eletrificação, chegam com ambições muito altas e até justificadas. Mas há algo que as grandes referências da indústria automóvel têm e a esmagadora maioria das marcas chinesas não: história.

Tradição, imagem de marca e histórico fiabilidade podem ser lacunas quando comparadas com companhias que fabricam automóveis há bem mais de 100 anos. E neste contexto, a OCU, a Associação de Defesa do Consumidor em Espanha, onde as marcas chinesas representam 3% do mercado em aceleração, compilou três dicas importantes para quem está a ponderar aderir ao carro chinês.

O alerta vai para a falta de informação sobre ocorrências de algum tipo no que respeita a fiabilidade da marca, contrariamente aos construtores tradicionais que são alvo de estudos de satisfação e qualidade há muitas décadas.

Risco assumido

“Em relação à confiabilidade da marca, ainda não temos resultados nas nossas pesquisas, pois o número de modelos vendidos ainda é pequeno”, comenta a associação. E embora todas as marcas ofereçam mais anos de garantia do que o exigido por lei, ainda existem poucos dados sobre o serviço pós-venda ou a qualidade e preço das reparações. “São carros demasiado novos para terem dados fiáveis”, esclarecem.

Por isso advertem que comprar um veículo de uma marca demasiado nova supõe “assumir certos riscos”. E consideram que, para evitar surpresas, deve seguir estas recomendações:

1.Faça uma pesquisa na Internet sobre problemas que outros condutores possam ter enfrentado

2.Reúna informações sobre como pode ser fácil ou difícil encontrar peças de reposição

3.Consulte o concessionário e/ou oficinas oficiais para saber os tempos de espera aproximados e os serviços que oferecem (um carro de substituição é muito valorizado, embora possa sempre obtê-lo com a apólice de seguro)

E não esqueça de seguir atentamente os estudos de fiabilidade como os publicados periodicamente por organizações como a própria OCU ou a reconhecida JD Power.