Horacio Pagani confirmou que a marca está a cumprir o programa de desenvolvimento de um hiperdesportivo elétrico, mas avisa que o motor V12 continuará a ser o ex-libris do emblema italiano.

Em entrevista concedida ao Autocar, o CEO da marca explicou que o supercarro de ‘emissões zero’ coabitará no portefólio da marca com um modelo 100% novo, equipado com motor a gasolina, uma versão revista e atualizada da mecânica de origem Mercedes-AMG, que no recente Huayra Roadster BC produz 800 cv e 1050 Nm.

Sucessor para Huayra e… um SUV?

Pagani e Mercedes-AMG colaboram desde 1994, ano em que o emblema germânico iniciou o fornecimento de motores V12 ao fabricante italiano de supercarros, sinergia que deverá vigorar pelo menos até 2026, mesmo se a própria Mercedes já só utilizará o enorme Twin-Turbo em produções de submarcas, como é a Mercedes-Maybach…

No catálogo da Pagani, o V12 aparecerá, por exemplo, debaixo do capot do C10, nome de código pelo qual ainda é conhecido o substituto do Huayra, programado para meados de 2022. Segundo Horacio Pagani, este não será um simples substituto do Huayra, uma vez que será lançado também numa versão 100% elétrica, construída sobre uma plataforma mais moderna, totalmente reconfigurada. «Os nossos clientes eram colecionadores europeus com mais de 50 anos. Hoje, a idade média desceu significativamente e temos muitos clientes novos, jovens, que vêm da Ásia e dos Estados Unidos, mais precisamente, de Silicon Valley.», explicou.

Mas há mais. Mesmo insistindo que a excelência e a exclusividade são para a Pagani muito mais importantes do que os volumes de produção e de vendas (não ultrapassa a meia centena de unidades/ano), a marca italiana não perde de vista os exemplos das outras referências no segmento de superluxo, podendo lançar-se à conquista de território especialmente rentável, o dos SUV!

«Se tiver de produzir um Pagani SUV, irá custar cerca e 3 milhões de euros ou mais, só para estar em linha com a nossa estratégia. Honestamente não sei se há mercado para um carro destes a este preço, mas não podemos estar desatentos nem céticos. Se um carro ostenta o emblema Pagani, tem de ser um carro da mais elevada qualidade, mas, sim, é um assunto que temos estado a discutir várias vezes com os colecionadores.», revelou.