Para a Dacia o GPL Auto está bem vivo e faz todo o sentido

13/10/2023

O Gás de Petróleo Liquefeito está presente no nosso país desde o final dos anos 1980, tendo nessa altura sido utilizado nos veículos de transporte público. Só durante a década de 1990 se tornaria uma opção viável para os particulares com o aumento da rede de distribuição e dos postos de abastecimento.

 

Na altura, a maioria dos utilizadores deste combustível alternativo eram essencialmente os apreciadores de automóveis importados alemães a gasolina de grande cilindrada. Proliferaram as conversões sem respeito pelas normas de segurança, feitas em locais duvidosos, o que não favoreceu a implementação da tecnologia como uma alternativa generalizada.

No entanto a razão pela qual as pessoas a adotaram na altura é a mesma que as leva hoje a comprarem uma viatura já equipada de fábrica com a possibilidade de utilizar o combustível GPL Auto: o preço. Estamos a falar atualmente numa diferença que pode atingir os 55% face ao preço da gasolina, traduzindo-se numa poupança de 50 euros num depósito de 50 litros.

Depois de praticamente todas das marcas terem abandonado as motorizações bi-fuel, a Dacia detém atualmente 76% do mercado nacional. Tem uma oferta transversal em toda a sua gama de motores térmicos, o que representa já mais de metade das suas vendas. O país da Europa com mais viaturas GPL é a Turquia, com 4,9 milhões em circulação, seguido da Polónia com 3,3 milhões e Itália com 2,5 milhões. No total, são já 15 milhões de viaturas a circular no território europeu, em que a Dacia já vendeu 600 000 unidades, dos quais 15 000 só em Portugal.

As razões que levam as pessoas a recearem a adesão ao GPL Auto são motivadas pelo desconhecimento. O Gás de Petróleo Liquefeito é um subproduto da refinação do gás natural, composto por butano e propano em percentagens que variam dependendo do país. Em Portugal a sua composição é 100% propano. Não é tóxico nem corrosivo, e o seu armazenamento e transporte é feito no estado líquido, de forma extremamente segura. Em caso de fuga não contamina os solos ou aquíferos.

Nunca foi tão fácil a utilização de um automóvel movido a GPL Auto como nos novos Dacia. Uma das críticas feitas com frequência é a perda de potência com a utilização do GPL. Para resolver o problema, os novos motores Dacia Eco-G 100 estão equipados com um grupo de injetores diferente para cada tipo de combustível, que em conjunto com um mapa de funcionamento específico, têm um aumento de potência e binário em 10 cv e 10 Nm respetivamente. Apesar disso conseguem uma redução de emissões de 10% e do ruído de funcionamento em 50% quando utilizam GPL Auto.

A facilidade continua no interior, onde temos um indicador de autonomia específico para cada depósito perfeitamente integrado no painel de instrumentos. A comutação para o combustível pretendido é feita através de um botão, ou automaticamente, no caso de o depósito em utilização terminar. O depósito para GPL Auto inclui duas válvulas de segurança e é certificado para manter a integridade e em caso de acidente. Está colocado no lugar da roda suplente, tem uma capacidade de 50 litros, e permite uma autonomia combinada de até 1200 quilómetros.

Não é de admirar, portanto, que segundo dados da Dacia, quem experimenta os seus modelos bi-fuel fica convencido ao ponto de quando chega a altura de trocar de viatura não pensa noutra solução. No total, a rede de abastecimento nacional dispõe de 418 postos de abastecimento. Para a Galp, que é parceira da Dacia na solução GPL, este é um número que entende ser suficiente para satisfazer o mercado que existe atualmente, e não tem planos de ampliar a sua rede.

Depois de os clientes particulares – que representam mais de 55% das vendas de bi-fuel da Dacia – reconhecerem a opção como uma alternativa para a sua utilização, chega a vez das empresas o verem como uma solução para as suas frotas. Especialmente tendo em conta que têm uma dedução de 50% do IVA na aquisição e também no abastecimento com combustível GPL Auto. Para além de um custo total de propriedade e valor residual muito competitivos.

Nos últimos 13 anos o consumo de GPL em Portugal teve um crescimento de 67% e face à conjetura actual, a previsão será naturalmente para aumentar. Com 76% do mercado nacional, a aposta da Dacia é também para crescer, uma vez que os próximos modelos a lançar, para já o novo Duster, e o SUV Bigster no próximo ano, vão continuar a disponibilizar uma versão bi-fuel GPL Auto.