Ousada. A expressão peca por escassa para descrever a coragem da Peugeot ao revolucionar, de uma ponta a outra, um modelo com uma carreira comercial vencedora como o 3008. A apresentação dos novos 3008 e E-3008, a sua expressão 100% elétrica, foi prova de que o construtor francês prefere antecipar a mudança do que esperar pela ação do tempo e ir, depois, atrás do prejuízo. Para melhor, muda-se sempre, nem que estejamos a falar do seu best-seller na última década.
Estamos perante um autêntico case study com mais de 1.320.000 clientes em 130 países, ao longo dos últimos sete anos, e que procura demonstrar, em 2024, como é possível continuar a “afiar” as suas garras numa selva cada vez mais eletrificada como é a indústria automóvel atualmente. Muitas são as novidades deste modelo, cujas primeiras unidades chegam a Portugal em maio.
O Peugeot 3008 é o primeiro modelo a beneficiar da nova plataforma STLA Medium da Stellantis. E na sua versão 100% elétrica, disponível para um primeiro contacto dinâmico nesta apresentação, mostra, porventura, a sua melhor expressão. A apresentação internacional teve lugar em Cannes, França, e permitiu aos jornalistas, entre os quais o Motor 24, um primeiro contacto dinâmico com a versão 100% elétrico deste fenómeno de vendas gaulês. Uma oportunidade para percorrer (não muitos) quilómetros com o modelo e experimentar os três modos de condução: Eco/Normal/Sport, opções disponíveis para os diferentes tipos de “empenho” e “desempenho” na estrada. São 210 cv de potência que se sentem no pulso, sempre que solicitados. Valores que, associados a uma autonomia (anunciada) de 525 quilómetros, deixam uma forte vontade de conviver mais com o E-3008.
Postura felina
São muitas as alterações estéticas. A Peugeot opta por designar o modelo como um SUV fastback e não como um SUV-Coupé. O motivo para esta designação? Segundo os responsáveis da marca, terá a ver com a sua postura “felina”, dada a sua silhueta dinâmica e aerodinâmica (Cx 0,28) que procura combinar elegância, eficácia e espaço. As suas dimensões são equilibradas: comprimento: 4,54 m; largura: 1,89 m; altura: 1,64 m. Trata-se de um dos mais compactos SUV 100% elétricos do C, privilegiando, simultaneamente, espaço e volume de bagageira.
Ainda sobre as linhas frontais: a emblemática assinatura luminosa de três garras da marca mantém-se e o tratamento dos faróis e da grelha é radicalmente novo. Por sua vez, a grelha do novo E-3008 ilustra os genes elétricos deste modelo. A nova secção dianteira foi concebida em torno do novo emblema da marca, integrando a nova assinatura luminosa e a grelha do radiador sem demarcação, graças a um gradiente da cor da carroçaria.
As mudanças interiores são menos “revolucionárias” do que as exteriores, mas, ainda assim, consideráveis. O grande destaque do habitáculo é o majestoso ecrã panorâmico flutuante de 21 polegadas do novo Peugeot Panoramic i-Cockpit. Trata-se de uma combinação tecnológica de vários elementos inovadores: o head-up display e o grande ecrã tátil central. Estes elementos estão integrados num ecrã panorâmico curvo, composto por um único painel de alta-definição que vai desde a extremidade esquerda do painel de bordo à consola central.
Novidade é ainda o volante compacto, que, nesta evolução, foi reformulado com vista a proporcionar mais prazer e conforto durante a condução. Os fãs que não se preocupem, continua compacto e com um design moderno: a almofada central redesenhada é mais pequena e “isolada” dos raios do volante, dando um efeito de levitação que lembra o ecrã do painel de instrumentos.
O habitáculo conta ainda com inúmeros espaços de arrumação distintos – 17, para sermos mais precisos – e um volume total de 34 litros. É ainda possível carregar o telemóvel sem fios na consola central e dispor de um espaço arrefecido sob o apoio de braços central, um suporte para óculos de sol na consola do tejadilho, suportes para copos e um porta-luvas.
Carregamentos “acelerados”
Onde o Peugeot E-3008 demonstra grande maturidade é na bateria de iões de lítio de alta tensão de 400 V, com a sua composição química NMC (Níquel, Manganês e Cobalto), colocada sob o piso e capaz de alimentar o motor elétrico para a tração do veículo.
Segundo explica o fabricante, existem três definições técnicas para a bateria de alta tensão (ciclo WLTP, em fase de homologação): 525 km de autonomia (duas rodas motrizes), com 73 kWh; Dual Motor com uma autonomia de 525 km, com 73 kWh; Grande autonomia de 700 km (duas rodas motrizes), com 98 kWh. Refira-se que a gestão térmica da bateria recorre a um líquido de arrefecimento em circulação para garantir carregamentos ultrarrápidos, uma autonomia otimizada e uma vida útil mais longa. Por tudo isto, a bateria goza de uma garantia de oito anos (ou 160.000 km) a 70% da sua capacidade de carga.
Opções variadas
Em matéria de motores, opções não faltam e vão desde propostas a combustão interna até à unidade 100% elétrica, designada E-3008 de 157 kW (210 cv) e 525 km de autonomia anunciados. Mas vão muito mais além. As propostas começam com o 1.2 MHEV de 136 cv a gasolina. No último trimestre chegará o 3008 Plug-in Hybrid de 195 cv e-DCS7, e, já em 2025, chegarão mais duas versões BEV para elevar o nível: E-3008 de 240 kW (320 cv) de Dual Motor com uma autonomia de 525 km, 4 rodas motrizes, e o E-3008 de 170 kW (230 cv) de 2 rodas motrizes autonomia de 700 km.
A política de preços tem nuances. Para os clientes particulares, a versão 3008 Hybrid 136 cv e-DCS6 está disponível a partir de 34.650 euros, enquanto o E-3008 Elétrico 210 cv (157 kW; Bateria de 73 kWh)terá como preço base os 46.150 euros. Por sua vez, as versões EV beneficiam da campanha “Tranquilidade 100% Elétrico”, com oferta da easyWallbox e de quatro anos de manutenção e garantia (48 meses / 50.000 km).
Para os clientes empresariais, os valores arrancam nos 33.509 euros (com IVA) na motorização Hybrid 136 cv e a partir de 36.034 euros (sem IVA) na motorização 100% elétrica.
