Invisíveis, as partículas de plástico que resultam do desgaste dos pneus acabam nos lagos, rios e oceanos, levados pelas águas das chuvas.

São pequeníssimas partículas de plásticos, em alguns casos com muito menos de 5 milímetros, que representam, em alguns países desenvolvidos, uma das principais fontes de poluição marinha. As pesquisas recentes mostram que é possível encontrar este tipo de microplásticos nos rios, nos lagos, nos oceanos e, claro, nos peixes que consumimos. Um cenário negro, mais uma vez confirmado com as conclusões de um novo estudo levado a cabo nos Estados Unidos, pelo Estuary Institute de São Francisco, num trabalho efetuado em parceria com o Instituto 5 Gyres. Nos testes efetuados ás águas em toda a zona costeira da Califórnia, um denominador comum detetado: resíduos das borrachas que compõem os pneus dos carros.

Segundo os cientistas envolvidos na pesquisa, as chuvas arrastam para os cursos de água na região mais de sete triliões de pequenas partículas de plásticos todos os anos, a maioria proveniente dos automóveis que circulam nos arredores das baia de São Francisco – uma quantidade que será 300 vezes superior aquela que resulta dos têxteis sintéticos, do revestimento das embarcações, das marcações rodoviárias, dos cosméticos, dos granulados de plástico, da poeira das cidades, entre outros.

Num estudo anterior, publicado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), concluiu-se que partículas de plástico que se soltam de produtos como as roupas sintéticas e os pneus dos pneus dos automóveis representam até 30% dos mais de 9 milhões de toneladas de plástico que vai parar ao mar todos os anos.

“As nossas atividades diárias, como lavar a roupa ou conduzir, contribuem significativamente para a poluição que está a sufocar os nossos oceanos, com efeitos potencialmente desastrosos para a rica diversidade de vida que há neles e para a saúde humana. Estas conclusões indicam que temos de olhar muito além da gestão de resíduos, se queremos fazer face à poluição nos oceanos na sua totalidade”, declarou a diretora-geral da IUCN, Inger Andersen.