Os transportes públicos como solução para uma das problemáticas da mobilidade nas grandes cidades. A ideia foi defendida pelos principais responsáveis pela mobilidade de Lisboa e Cascais, deixando claro que é preciso ir mais longe para defender o transporte público como dissuasor da utilização do veículo particular.

Na sessão de debate sobre a Mobilidade em Portugal, inserida na segunda edição do Portugal Mobi Summit, que decorre na Nova SBE, em Carcavelos, Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade e da Segurança da Câmara Municipal de Lisboa, defendeu que a autarquia tem atuado em dois patamares: “no do transporte público e no das pessoas que vêm de carro para a cidade. Deste lado, temos de mudar o custo capital de um carro, que é o custo da sua compra e utilização, para aquele que é o custo operacional da mobilidade”, começou por dizer.

“Temos de criar uma alternativa, que é esse custo operacional que apela aos transportes públicos. Precisamos disso, dos transportes públicos eficientes dentro das cidades. São o meio mais eficiente de transportar grande número de pessoas. Mas o grande problema é que não são flexíveis. Por isso, temos de fazer algo que pode ser doloroso, que é abrir as empresas. Ou seja, fazer com que as empresas passem a partilhar os seus clientes” para aquilo que define como um bem comum, que é o da melhoria da mobilidade. Explica que o ‘backoffice’ está agora a ser aberto entre várias empresas, considerou.

Da mesma forma, Scott Corwin, responsável da Mobilidade do Futuro da Deloitte, apontou que as empresas de mobilidade têm vindo a mexer com o panorama das grandes cidades, considerando mesmo que “as placas tectónicas das empresas e da mobilidade estão a movimentar-se” para um futuro melhor.

Em sentido paralelo, realce para o facto de Cascais vir a ter passes de transportes públicos rodoviários gratuitos para todos os seus cidadãos, trabalhadores ou estudantes a partir de dia 1 de janeiro de 2020.