Pneus usados: são mesmo bom negócio?

21/08/2020

Associação de defesa do consumidor em Espanha fez as contas aos preços de aquisição e ao número de expectáveis para cada pneu usado.

Há quem defenda que, em determinadas condições, um pneu novo não oferece muito melhores condições de segurança do que um pneu já rodado. E a teoria até encontra validação nos resultados de vários testes que confirmam que os pneus perdem aderência à medida que envelhecem, mas que essa diferença em travagem com piso seco raramente se nota. O que preocupa as autoridades é a eficácia dos mesmos em todos os outros momentos da condução e condições climatéricas, bem como a necessidade de ter bem identificada a origem e proveniência dos equipamentos.

Assim, e sendo certo que as grandes empresas de venda de pneus usados desenvolvem nos últimos anos um tipo de serviço com cada vez mais qualidade, a dúvida persiste: pneus usados, será que compensam?

Os resultados de um estudo recente levado a cabo pela Organização de Consumidores e Usuários (OCU) desaconselham a sua compra. E o motivo principal apontado pela associação de defesa do consumidor espanhola é a falta de garantias em matéria de segurança, uma vez que se desconhece o tipo de utilização e manutenção prestada enquanto estiveram ao serviço noutro automóvel. De acordo com aquela entidade, é impossível conhecer em rigor se o pneumático foi mantido de forma adequada, aumentando o potencial de perigo.

E no que refere à poupança, a OCU também tem dúvidas. Na pesquisa que efetuou, usou três modelos de diferentes marcas para calcular o real diferencial de preço entre novo e usado, tendo em conta o custo de aquisição e os milímetros de borracha útil, até à profundidade mínima de piso de 1,6 mm permitida por lei. Assim, de acordo com aquela associação, para um pneu Michelin 205/55 R 16 V usado, com 5 mm de profundidade e um preço anunciado de 45 euros, a poupança real é de 5 cêntimos…

No caso de um Firestone 185/65 R 15 H usado, com 6,5 mm de profundidade e um custe de 60 euros, não só não existe qualquer poupança, como sai mais caro que o novo. E o mesmo para um Pirelli 245/45 R 17 W vendido com quatro mm de profundidade, a custar 21 euros.

Nas contas da associação de defesa do consumidor em Espanha entram também as despesas à troca mais frequente no caso de escolher pneus usados, referindo que para pneus novos se recomenda a substituição a cada 50.000 km, com borrachas compradas com cinco 5 mm de profundidade do piso não devem ultrapassar-se os 26.500 km.

Como saber se são novos ou usados?

A melhor forma de descobrir se estão a tentar vender-lhe um pneu usado como novo é através da confirmação do DOT, o “código genético” inscrito na borracha. Os dois primeiros números correspondem à semana e os dois últimos ao ano em que foi concebido. Observe sempre estes quatro números, e, mais concretamente, os dois últimos, que referem o ano de fabrico do pneu.

Ou seja, caso pretenda comprar um fabricado este ano, verifique sempre se os dois números finais são “20”. No caso de esses números terminarem em “19”, saberá, imediatamente, que o pneu é do ano passado, ainda que aparente estar em perfeitas condições. Deve ter presente que os pneus sofrem desgaste mesmo quando não são usados e se encontram armazenados.

Fonte: OCU