Faça chuva ou sol, um frio de rachar ou 40 graus à sombra, uma coisa é certa: o termómetro do carro raramente acerta. Sabe porquê?
A chave deste enigma está no aparelho de medição utilizado: não, não é um termómetro…
Chama-se termístor, é um tipo de semicondutor sensível à temperatura, realizando a sua medição eletronicamente, como resultado calor adicionado ou removido. Está na esmagadora maioria dos automóveis e é graças a ele que a temperatura no painel de instrumentos do seu carro não é de fiar…
Tratando-se de dispositivo totalmente diferente dos termómetros convencionais, que usam, por exemplo, o mercúrio líquido se expande ou contrai fisicamente na presença de calor – também os temos a gás ou infravermelhos –, o termístor efetua as suas medições com base nas alterações na corrente elétrica que são causadas precisamente por estas variações de temperatura. E os seus registos pouco fiáveis estão apenas relacionados com o local onde se encontra instalado no automóvel.
Dependendo do modelo, o termístor do carro pode ser colocado na dianteira, junto à grelha, posicionado muito perto do asfalto. E é por isso que, nos dias muito quentes, o aparelho consegue captar o calor irradiado pelo alcatrão, originando as tais leituras mais elevadas.
Ao contrário, nos dias mais frios, a estrada gelada também afeta a medição deste sensor, influenciando os valores de temperatura apresentados.
Não obstante a falta de acerto, este tipo de ‘medidores’ trazem vantagens para os fabricantes de automóveis, uma vez que são bastante pequenos e baratos de produzir. E dão para o gasto, mais grau, menos grau…