Portugal Mobi Summit: “Os seguros automóveis cairão 80% até 2040”

24/10/2019

MOBI Summit 2019 - Keynote sobre Os Seguros do Novo Ecossistema de Mobilidade. Rogério Campos Henriques (Vice-Presidente da Fidelidade). (Carlos Manuel Martins / Global Imagens
Vice-presidente da Fidelidade, Rogério Campos Henriques admitiu que a atividade está a mudar e avança com o que será um futuro seguro telemático

Em 2020, o volume de negócios dos seguros automóveis mundiais terá caído 80% face aos valores atuais”. As palavras são de Rogério Campos Henriques, vice-presidente da Fidelidade, durante a sua intervenção no Portugal Mobi Summit, esta manhã, num painel intitulado “Os Seguros no Novo Ecossistema de Mobilidade”.
Qual o papel de uma seguradora num contexto, “sobretudo urbano”, em mudança acelerada e dominada pela tecnologia, onde os veículos são cada vez mais elétricos, partilhados, conectados e, tendencialmente, autónomos, que, todos estudos indicam, diminuirão em muito a sinistralidade rodoviária, uma vez que tiram o condutor da equação. Tudo isto, numa sociedade, onde a “venda de automóveis será muito reduzida e onde o próprio sentimento de propriedade das novas gerações tenderá a desaparecer”. Para o responsável da Fidelidade, a resposta passará pelo poder de adaptação a uma nova realidade, procurando novas soluções para facilitar a vida aos seus clientes. “Temos estudado para entender como irá a mobilidade processar-se. Esta é uma evolução que preocupa o seguro automóvel tradicional”, reconhece. E acrescenta. “Não queremos pagar indemnizações aos clientes, mas antes resolver-lhes os problemas. Minimizar os danos quando ocorrer um acidente. Prestar-lhes um serviço que os proteja e que diminua os riscos”, explica.

Nesse sentido, a empresa prepara a criação de um “seguro de telemática”, de forma a “monitorizar os clientes durante a sua condução, para reduzir os perigos. Os seguros terão de ser dinâmicos e vocacionados para as pessoas. Com base nas informações colhidas, daremos feedback sobre o seu comportamento ao volante e conselhos para uma atitude responsável. Por exemplo, se fala ao telefone enquanto conduz, se manda mensagens, se acelera ou trava muito”, adianta. E reforça. “Esta tecnologia que estamos a desenvolver não servirá para aumentar o valor a pagar de ninguém, mas antes para o reduzir a quem tiver menores comportamentos de risco”.