Quanto vale o catalisador do seu carro no mercado negro?

20/08/2023

Apesar dos esforços das autoridades, os roubos de catalisadores de automóveis continuam a preocupar, devido ao seu alto valor no mercado negro.

Em Portugal, como noutros países europeus, o aumento exponencial do roubo de catalisadores dos automóveis levou à criação das equipas especiais para o estudo e combate a este tipo de criminalizada. Na PSP chamam-se SRICA (Equipas Regionais de Investigação à Criminalidade Automóvel), são “especializadas em investigação criminal para análise das ocorrências, das tendências reportadas e dos fluxos subsequentes”. E não têm mãos a medir quer no desmantelamento de redes organizadas, quer na apreensão de valiosas quantidades de material roubado.

O que está em causa são os metais raros como o ródio, o paládio ou a platina que se encontram no interior daquela peça automóvel, e que faz com que, independentemente de se encontrarem praticamente novos ou muito usados, os catalisadores sejam hoje o maior alvo dos ladrões de automóveis. Mas quanto vale exatamente no mercado de usados este componente do seu automóvel?

Ao preço do ouro

O preço dos metais raros usados nos catalisadores dos automóveis varia em função do que marca a bolsa, sempre submetido a forte flutuação. Atualmente, segundo a CoinInvest, a onça de platina supera os 800 euros, o que significa que um grama pode valer quase 30 euros.

Já o paládio está a valer cerca de 39 euros, o que corresponde a mais de 1100 euros por onça.

Porém, nada bate a avaliação do ródio, o mais raro dos três compostos, atualmente a rondar os 1.744 euros por onça, que é sensivelmente o preço do ouro…

Estes valores somados significam que um catalisador roubado e desmantelado poderia facilmente valer mais de 100 euros. Se tivermos em conta que cada catalisador pode ter no seu interior até dois gramas de platina e a quase a mesma de paládio.

A extração destes materiais não é uma operação simples e existem poucas empresas autorizadas para realizar estas funções, o que explica que o roubo destes componentes seja cada vez mais uma atividade controlada por redes organizadas que procuram reunir grandes quantidades de catalisadores, para vender no mercado negro a operadores que se encarregam de os introduzir no circuito legal de reciclagem.