Radares autónomos multam cinco vezes mais e nos dois sentidos

10/10/2023

Imagine um radar que tem a capacidade de se mover sozinho na via para encontrar o melhor ângulo para “caçar” os infratores. Já existem e geram 38 multas por dia.

Ao contrário dos radares móveis convencionais, dispositivos de última geração movimentam-se sozinhos até encontrarem o melhor ângulo para multar condutores em excesso de velocidade. Ou seja, não necessitam de nenhuma agente da autoridade no local e tanto pode estar a controlar a velocidade numa reta, como na curva mais à frente.

Usam um sofisticado sistema WiFi para comunicar com a central de comando, têm incorporado um dispositivo de alarme e recorrem à tecnologia LIDAR para controlar mais do que uma via em simultâneo, nos dois sentidos.

Estes “radares autónomos” estão no interior de caixas em tudo semelhantes às dos postos fixos que já existem nas nossas estradas, com a diferença disporem de um pequeno motor elétrico e uma bateria.

A ideia é contornar as limitações dos sistemas convencionais, que têm capacidade para funcionar apenas em linha reta. Estes alargam o seu raio de ação a todos os ângulos da estrada, podendo detetar infrações em estradas com curva e contracurvas.

 

Os “radares autónomos”, também conhecido como “semifixos” ou “semimóveis”, operam em França desde 2017, onde associações de condutores alertam para os riscos associados a este tipo de dispositivos, lembrando que a tendência natural de um condutor ao ser surpreendido por um destes radares será travar, manobra que, em plena curva, pode resultar em acidente ou na perda do controlo do veículo.

Independentemente das críticas, e impulsionadas pelas ótimas performances destes aparelhos que registam uma média de 38 multas por dia (três vezes mais dos que os radares fixos convencionais e cinco vezes mais do que os móveis instalados em veículos), as autoridades francesas já decidiram aumentar o investimento neste tipo de aparelhos, que estarão em 200 novas localizações já a partir de 2024.