Os dados mais recentes dão conta do êxito crescente deste método alternativo de combate ao excesso de velocidade, com os radares em viaturas particulares (eram 26 em 2018, serão hoje 385 dos 4400 em funcionamento em França) a representarem já 5,9% do total das multas no país.
Contas oficiais dizem que os carros privados com radares podem multiplicar cinco vezes a quantidade de autos e permitir ao Estado Gaulês arrecadar mais dois mil milhões de euros por ano.
Estas viaturas, geridas por sociedades privadas, com total autonomia para denunciar condutores em infração, são conduzidas por pessoas anónimas que podem ganhar até 1800 €, com base numa fórmula que calcula o número de quilómetros percorridos.
Para quem conduz por França, os automóveis privados equipados não são fáceis de identificar, embora alguns sites se dediquem a divulgar as suas matrículas e os modelos dos veículos mais frequentemente utilizados, como o Citroën Berlingo ou o Peugeot 308, o Volkswagen Passat ou o SEAT Leon.
Portugal vai “importar” carros radares privados?
França é dos países que mais investe em soluções para travar o excesso de velocidade, com o resto da Europa a seguir muitas vezes o exemplo. Mas quando Portugal decidiu instalar os primeiros radares de velocidade média, já o Governo francês estava a retirar aqueles dispositivos das suas estradas, afirmando que são mais caros e multam três vezes menos do que os outros.
Será credível pensar que o nosso país também poderá “importar” a fórmula dos radares em viaturas privadas mais à frente? Especialistas defendem que dificilmente haverá enquadramento legal.