Cada vez mais evoluída e eletrificada, a terceira geração do Porsche Panamera já foi revelada, mostrando um design desportivo já típico, mas oferecendo maiores atributos funcionais. Com detalhes inovadores como a suspensão Porsche Active Ride, que oferece compensação do chassis em movimento, a nova berlina da marca alemã assume um estatuto de referência.

Na terceira geração, o Panamera evolui substancialmente no estilo e na tecnologia embarcada, prefigurando uma enorme mudança para este modelo, que se estreou mundialmente em Xangai, em 2009, e que desde logo se tornou num dos best-sellers da companhia de Estugarda. Foi também na Alemanha, mas neste caso, na fábrica de Leipzig, que pudemos efetuar o primeiro contacto com o novo Panamera, observando ‘ao vivo’ as principais novidades apresentadas.

Esteticamente, o formato de berlina desportiva de quatro portas foi mantido, embora com um grande trabalho na área da aerodinâmica para tornar o novo Panamera mais eficiente, enquanto a agressividade e o estilo típico da Porsche foram mantidos. Dessa forma, em grande destaque está a nova secção dianteira com uma grelha central alargada no para-choques e, em novidade, uma outra tomada de ar logo acima da placa de matrícula para melhorar a refrigeração.

As cavas das rodas foram robustecidas, estando mais elevadas, enquanto o capot apresenta duas ‘nervuras’ que fomentam, precisamente, o visual mais ‘encorpado’ do modelo. Os faróis apresentam igualmente novo figurino, com assinatura luminosa de quatro pontos em LED na identidade tradicional da Porsche. Os faróis poderão contar com tecnologia HD Matrix LED com mais de 32.000 pixéis por farol, com funcionalidades novas como a iluminação de via dedicada e capacidade de iluminação até 600 metros (o máximo permitido legalmente).

De perfil, a linha de tejadilho inspirada no 911 é facilmente identificável, sendo a vista lateral ainda caracterizada por três linhas de carácter horizontais, uma junto às pegas das portas e duas – desencontradas – na área inferior. As portas dispensam molduras para as janelas. Já as jantes podem ser, pela primeira vez, de porca central, numa opção que deriva diretamente do mundo da competição.

A traseira destaca-se pelos grupos óticos horizontais e a toda a largura, com tecnologia LED, tendo a tampa da bagageira o spoiler retrátil incorporado (bipartido). A zona inferior do para-choques revela elemento em preto a integrar o difusor e as saídas de escape, num modelo que não abandona os motores de combustão, mesmo que alargue a eletrificação.

Interior mais tecnológico

A bordo, a Porsche evolui a experiência de utilização, os elementos de conforto e a vertente tecnológica, sem desprestigiar a desportividade que lhe é tradicional. O conceito ‘Porsche Driver Experience’ combina elementos analógicos e digitais num interior de alta qualidade e amplamente personalizável pelos seus compradores. Uma característica fundamental deste conceito é o agrupamento dos elementos de controlo relevantes para a condução nas imediações do volante, sendo de acesso rápido e intuitivo para o condutor.

Uma vez mais, a Porsche recorre a painel de instrumentos digital de design curvo, com uma medida de 12.6 polegadas. As informações de condução estão dispostas em três áreas, nas quais são possíveis diferentes configurações, mediante o equipamento e a visualização selecionada. O head-up display adicional (opcional), pode ser controlado a partir do volante desportivo.

A importância concedida ao condutor revela-se em detalhes como o botão no volante utilizado para percorrer as diferentes opções do painel de instrumentos e o seletor de modos de condução. A alavanca seletora de velocidades passa a estar localizada do lado direito do volante, libertando espaço na consola central para o painel de controlo da climatização que combina superfícies táteis com botões físicos numa solução que procura ser, sobretudo, funcional e intuitiva.

Para salientar o luxo e a elevada qualidade aplicadas ao interior, a marca germânica instalou novas saídas da ventilação na consola central que, sem lamelas, são ajustáveis de forma elétrica. Através de um botão é possível alternar entre os diferentes modos de climatização pré-configurados e personalizados. Além disso, o compartimento de arrumação na consola central oferece mais espaço do que no antecessor.

Ao centro, para o sistema de infoentretenimento mais evoluído, conectado e com novas funcionalidades digitais (incluindo Android Auto, Apple CarPlay e aplicações integradas), está dedicado um ecrã tátil de 12.3”, enquanto o passageiro poderá dispor de um novo ecrã dedicado, de 10.9”, que permite observar filmes ou ouvir música sem incomodar o condutor, já que o ecrã tira partido de uma película e sistema que impede o condutor de ver o que está a ser reproduzido no ecrã.

Quanto aos materiais utilizados, a Porsche aplica um novo conceito de decoração que se estende desde a consola central até ao painel de controlo e às portas do novo Panamera. Em conjunto com a consola central ascendente, é uma das características que definem o cockpit do Panamera. Pela primeira vez, a Porsche equipa o modelo com iluminação ambiente ao longo de todo o painel, o que enfatiza a largura do veículo.

Todos os Panamera apresentam materiais melhorados nos bancos, que aumentam o conforto devido a uma maior elasticidade. Os modelos Executive do Panamera também apresentam um novo sistema de bancos traseiros que oferece uma posição otimizada, pensado para quem realiza viagens mais longas.

A Porsche baseou as opções de cores e materiais do novo Panamera em soluções nobres e uma vasta seleção de designs bicolor, havendo ainda várias opções de personalização e de destaque que refinam ainda mais o ambiente. Algumas delas são oferecidas pela Porsche Exclusive Manufaktur. Pela primeira vez, a Porsche oferece no Panamera um revestimento sem pele, que combina materiais particularmente desportivos como o RaceTex e o tecido Pepita.

Imagem Turbo

O novo Panamera será o primeiro dos Porsche a apresentar a diferenciação Turbo, o que quer dizer que tem a tal saliência do capot, novos escudos da Porsche com tonalidade escurecida (‘Turbonite’), jantes de desenho específico de 21” com porca de aperto central e embelezadores das janelas especiais.

Ao mesmo tempo, também o interior é diferenciado com couro em preto e pack ‘Turbonite’, novo símbolo da Porsche no volante, conta-rotações no painel de instrumentos digital e comando rotativo para selecionar os modos de condução no volante. Tudo isto para tornar as versões Turbo mais especiais e representativas da filosofia desportiva da Porsche.

Reforço da eletrificação

Quanto às unidades motrizes, a gama do novo Panamera irá representar também um reforço da eletrificação. O primeiro motor híbrido plug-in (V6 PHEV) foi introduzido em 2013, assinalando então a entrada da marca alemã na eletrificação, tendo sido então uma aposta alargada a diferentes soluções ao longo das gerações seguintes. Assim, o novo modelo contará com quatro versões híbridas plug-in (duas V6 e duas V8)

O destaque da nossa apresentação em Leipzig foi dado ao novo Panamera Turbo E-Hybrid, que alia eficiência a prestações mais desportivas, graças à conjugação de um novo motor V8 a uma nova máquina elétrica para uma potência combinada de 500 kW/680 CV e binário combinado de 930 Nm. O motor V8 de 3996 cc debita um total de 519 CV, beneficiando de incremento na pressão de injeção do combustível para os 350 bar, bem como de uma otimização do comando de válvulas para assim tornar o seu desempenho mais eficaz.

O motor elétrico (com refrigeração a óleo) também novo debita 140 kW/190 CV e 450 Nm de binário, sendo alimentado por uma igualmente nova bateria de 25.9 kWh, cuja autonomia pode chegar aos 90 quilómetros em ciclo WLTP Urbano, um incremento substancial de 70% em comparação com o seu antecessor. Este motor elétrico está completamente integrado na caixa de velocidades PDK de novo desenvolvimento.

Tanto a função de regeneração, como o carregamento foram melhorados, com o novo Panamera Turbo E-Hybrid a ter um carregador de bordo de 11 kW de série, sendo preciso duas horas e 39 minutos para repor a totalidade da carga da bateria (zero aos 100%).

Com um total de 680 CV, o novo Panamera Turbo E-Hybrid consegue acelerar dos zero aos 100 km/h em apenas 3,2 segundos e alcançar os 315 km/h de velocidade máxima.

No lançamento, a gama do Panamera será composta por esta versão híbrida, mas também por mais duas variantes, ambas com recurso ao mesmo motor V6 biturbo de 2.9 litros com 353 CV de potência e 500 Nm de binário (mais 23 CV e 50 Nm face ao modelo anterior). A versão base denomina-se, simplesmente, Panamera e tem tração traseira, acelerando dos zero aos 100 km/h em 5,1 segundos, ao passo que o Panamera 4 tem tração integral e cumpre o mesmo exercício de aceleração em 4,8 segundos. A velocidade máxima está cifrada nos 270 km/h.

Mais tarde chegarão ainda outras versões de motorizações, sobretudo com foco nos modelos híbridos plug-in.

Chassis de excelência

Para a nova geração do Panamera, a Porsche não poupou esforços no desenvolvimento de novas soluções técnicas que incrementam os níveis de conforto, sublinhando também a atuação dinâmica. Neste modelo, o sistema Porsche Active Ride eleva a competência geral.

De série, o Panamera volta a contar com a suspensão pneumática adaptativa (PASM) com duas câmaras e amortecedores de duas válvulas, o que melhora o conforto e a resposta em condução dinâmica. O acerto nas fases de compressão e distensão durante a condução podem ser ajustadas independentemente, entre si, com o Panamera a tornar-se dessa forma ambivalente nas suas valências de conforto e de agilidade. O comportamento do automóvel pode ser ainda melhorado através das rodas traseiras direcionais, disponível como opcional.

Elevando a ‘parada’, o sistema Porsche Active Ride recorre a uma suspensão pneumática de câmara única, amortecedor de dupla válvula e, como grande novidade, uma bomba hidráulica elétrica associada a cada amortecedor, o que lhe permite compensar de forma ampla e evidente os diversos movimentos da carroçaria em diferentes momentos.

Esta gera um fluxo de volume no amortecedor de acordo com a necessidade e pode, desta forma, criar forças entre a carroçaria e as jantes de uma forma extremamente rápida, precisa e direcionada, que contrariam e compensam quase por completo as forças resultantes das saliências da estrada.

Entre as suas competências estão, por exemplo, a capacidade de nivelar a carroçaria em mau piso de forma a tornar a viagem mais confortável, ou a de atuar independentemente em cada suspensão para tornar a passagem em curva mais equilibrada ou, quando assim desejado pelo condutor, mais dinâmico (active cornering). Mas não é tudo. A suspensão consegue, também, compensar os movimentos longitudinais de aceleração ou de travagem, equilibrando o chassis para uma maior estabilidade geral.

Já para facilitar a entrada no veículo, a suspensão pode elevar a carroçaria do mesmo lado em 5,5 cm.

O novo Panamera será lançado em março de 2024, com as três versões já referidas, mas uma das novidades desta geração será a ausência de uma carroçaria Sport Turismo, que será descontinuada.

Preços já conhecidos

O novo Porsche Panamera já está disponível para encomenda, com preços a partir dos 134.341 euros na versão base, enquanto o Panamera 4 tem um preço inicial de 141.118 euros. Já o Panamera Turbo E-Hybrid começa nos 206.824 euros. As entregas na Europa têm início previsto em março de 2024.

Em termos de equipamento, esta berlina desportiva de luxo oferece uma lista de série mais recheada em comparação com o antecessor, ao incluir suspensão pneumática de duas válvulas e duas câmaras, faróis em LED Matrix, ParkAssist, seletor de modos de condução no volante, compartimento para smartphone refrigerado com função de carregamento por indução, bem como um filtro de poeiras finas melhorado com função de recirculação automática do ar apoiada por GPS.


PRIMEIRO CONTACTO: UMA SUSPENSÃO IMPRESSIONANTE

Ainda envoltos em grandes medidas de secretismo, os protótipos de desenvolvimento do novo Panamera estiveram à nossa disposição para um primeiro contacto dinâmico no centro de testes da Porsche em Leipzig, na Alemanha, local de produção e de onde saem 180 unidades por dia.

O grande foco era testar a versatilidade da suspensão Porsche Active Ride, que é uma das grandes novidades da nova geração (G3) do Panamera, que evolui substancialmente face à suspensão pneumática adaptativa (PASM) do modelo anterior. Com efeito, esta tecnologia de ponta recorre a uma suspensão pneumática de câmara única, amortecedor de dupla válvula e, como grande novidade, uma pequena bomba hidráulica elétrica de acionamento que permite à suspensão compensar de forma ampla e evidente os diversos movimentos da carroçaria em diferentes momentos.

Com o tablier e portas completamente tapadas por um pano preto para evitar olhares indiscretos, sentámo-nos ao volante de unidades do Panamera E-Hybrid de 680 CV de potência máxima, cujas prestações são imensamente velozes, sobretudo quando selecionado o modo ‘Sport Plus’. O modelo acelera de forma impressionante, colocando toda a potência no asfalto com intensidade emocionante, sem perdas de motricidade e com um forte impulso do motor elétrico de 140 kW/190 CV.

Mas, a ideia deste primeiro contacto que se estendeu por cerca de 20 quilómetros foi mesmo a de avaliar a suspensão. E não é menos impressionante.

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A suspensão adapta-se constantemente aos movimentos de carroçaria, diferenciando-se também a sua atuação consoante o modo de condução escolhido. Ou seja, no modo Comfort ou Hybrid, há uma compensação mais focada no conforto de movimentos, providenciando uma maior estabilidade em curva, por exemplo, ao mesmo tempo que as irregularidades e desníveis do asfalto são absorvidos com notável sobriedade.

Nos modos mais desportivos de condução, a suspensão opera de maneira a tornar a passagem em curva mais eficaz, com um trabalho notável no desempenho para que exista estabilidade a velocidades muito altas. Verdadeiramente impressionante e tudo feito de maneira natural.

Ou quase. Há momentos em que o funcionamento da suspensão é verdadeiramente sentido, por exemplo, ao acelerar ou travar fortemente. Em ambos os casos, o amortecimento altera-se para que a distância ao solo seja sempre a mesma, compensando dessa forma os movimentos longitudinais para a frente (em travagem acentuada) ou para trás (ao ganhar velocidade). Embora a suspensão ludibrie as forças da gravidade, o condutor não consegue e, talvez por falta de hábito, sente-se a afundar no banco, sobretudo em travagem…

A abordagem altamente modular da suspensão compreende vários benefícios em termos dinâmicos e funcionais, servindo como um excelente argumento para sublinhar o refinamento tecnológico de um modelo de ponta como o Panamera. O desenvolvimento tecnológico do chassis atinge aqui novos níveis de desempenho e de interação, com a Porsche a demonstrar um preciosismo ímpar neste departamento.

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