Rent-a-car nacionais estão “infetadas” com coronavírus e o estado é grave

12/03/2020

Joaquim Robalo de Almeida, presidente da ARAC alerta para a grave situação das rent-a-car. Num setor em que 60% dos clientes são turísticos (90% no sul do país), a quebra do turismo, devido ao surto, ameaça fechar várias empresas

O mercado nacional de rent-a-car está infetado com coronavírus. E o prognóstico é muito reservado. Em entrevista ao Motor 24, Joaquim Robalo de Almeida, presidente da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis Sem Condutor (ARAC) reconhece que a quebra do turismo, em Portugal, resultado da pandemia, está a afetar “gravemente” o setor. “Temos acompanhado com preocupação este grave flagelo que se abateu no final de 2019 sobre o Mundo, com consequências ainda imprevisíveis, sobretudo, nos domínios da saúde e da economia”, afirma o responsável da ARAC, que tem alertado o governo para a situação do mercado que representa. Para mais, acrescenta Joaquim Robalo de Almeida, sendo “um setor de capital intensivo e responsável pela compra de cerca de 26% do total de viaturas ligeiras de passageiros vendidas em Portugal, a diminuição da sua atividade constitui um enorme prejuízo, com consequências que podem levar ao encerramento de várias empresas”.

Turismo em queda
O presidente da ARAC vai ainda mais longe. “Num setor em que a clientela turística representa cerca de 60% da sua atividade, esta situação é deveras preocupante, a qual poderá mesmo levar ao encerramento de empresas, nomeadamente no sul do país, onde o número acima referido passa na maioria dos casos para cerca de 90%”, alerta. “A ARAC tem feito um acompanhamento permanente dos efeitos causados pela epidemia, nomeadamente, através da avaliação do número da diminuição de reservas para os próximos seis meses, cancelamentos de reservas e ‘no shows’, verificando-se que todos estes indicadores aumentam, exponencialmente, a cada dia que passa, tendo atingido valores de quebra de cerca de 25%, à data de 9 de março”, refere.
Na opinião de Joaquim Robalo de Almeida, o executivo está a fazer o possível para minimizar os efeitos do covid-19. Ainda que, no setor das rent-a-car, muito haja ainda por fazer. “A ARAC congratula-se com a celeridade do governo no apoio às empresas e aos cidadãos, com vista a diminuir o impacto desta que já é considerada a principal epidemia do século XXI, embora no que respeita ao setor representado pela ARAC sejam insuficientes”.