Esta semana é de Páscoa, e como infelizmente é hábito nas quadras festivas, para muitas pessoas coincidentes com períodos de míni férias, agrava-se a sinistralidade.
As estatísticas demonstram que ocorrem mais acidentes e mais graves, resultado da conjugação de vários fatores: o aumento da intensidade de tráfego nos principais itinerários, causado pelo êxodo dos centros urbanos, os automóveis carregados com toda a família e a respetiva bagagem e, por vezes, as condições climatéricas adversas, constituem fatores de risco acrescido de acidente.
Assim, além da criteriosa verificação do bom estado da viatura antes de iniciar a viagem, especialmente pneus, travões, direção, suspensão, dispositivos de sinalização, faróis e limpa para-brisas, considerando o aumento de circulação rodoviária durante toda a semana recomenda-se que programe cuidadosamente o itinerário da viagem, evitando as horas de ponta e, se possível, optando por estradas com menos movimento, que, embora com limites de velocidades mais baixos, podem ser mais seguras e evitando as vias mais perigosas.
De acordo com os números mais recentes da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR), são 60 os pontos negros identificados, sendo o IC19, entre Sintra a Lisboa, a estrada portuguesa com mais pontos negros (nove) – troços com um máximo de 200 metros de extensão onde se tenham registado pelo menos cinco acidentes com vítimas no período de um ano.
Imediatamente atrás, a Estrada Nacional (EN) 10, que liga Vila Franca de Xira e Setúbal, pela margem sul do rio Tejo, com oito pontos negros. O pódio fica completo com a A2 (Autoestrada do Sul), com seis pontos negros.
A A5, que liga Lisboa a Cascais, apresenta cinco pontos negros e em quinto lugar da lista está a A20 (Circular Regional Interior do Porto), com quatro.
Na lista das estradas mais perigosas de Portugal, referência ainda para o IC17 (entre Sacavém e Algés), o IC2 (liga Lisboa e Porto), o IC29 (entre Porto e Gondomar), o IC20 ou Via Rápida da Costa da Caparica, a EN14 (entre Porto e Braga), a EN125 (liga Vila do Bispo e Vila Real de Santo António), a A28 (Porto/Vilar de Mouros), e a A3 (Porto/Valença).
Mais acidentes graves nas autoestradas
Também de acordo com as estatísticas da ANSR, em 2020 o Índice de Gravidade registou um aumento de 10,9% face a 2019, de 1,33 para 1,47 vítimas mortais por cada 100 acidentes. Os maiores aumentos verificaram-se nas autoestradas (+27,1%), seguidas das Estradas Nacionais (+20,0%). A maior redução ocorreu nos Itinerários Principais (-47,0%) embora o índice de gravidade ainda se tenha situado nas 3,23 vítimas mortais por cada 100 acidentes.
Conduza à defesa
A partir de hoje, a GNR vai intensificar o patrulhamento e as ações de fiscalização em todo o território nacional, para regular o trânsito durante as festividades da Páscoa. Aquela força de segurança informa que a “Operação Páscoa 2022” vai decorrer até ao dia 18 e aconselha à prática de “uma condução atenta, cautelosa e defensiva, para que o período festivo seja passado em segurança”.
“Tradicionalmente, esta época caracteriza-se pela reunião das famílias nas suas regiões de origem e, por corresponder ao período de férias escolares, prevê-se consequentemente um aumento significativo do tráfego rodoviário nas estradas portugueses”, sublinha a GNR em comunicado, sugerindo também que os condutores possam adequar a velocidade às condições meteorológicas, ao estado da via e ao volume de tráfego rodoviário e pede que evitem manobras “que possam resultar em embaraço para o trânsito ou que, de alguma forma, possam originar acidentes”.
Carga com conta, peso e medida
Arrume a bagagem de acordo com o tamanho e o peso, de modo a não prejudicar o equilíbrio do veículo. Deve colocar-se a carga de maneira que, em caso de emergência, não seja necessário perder muito tempo a retirar todas as malas para, por exemplo, extrair a roda sobressalente e as ferramentas em caso de furo ou avaria.
O acondicionamento deficiente de bagagens no exterior do automóvel podem alterar o comportamento dinâmico deste, além de aumentar o consumo. No habitáculo, os pequenos volumes e objetos não devem obstruir o ângulo de visão do condutor através do espelho retrovisor, nem ficar à solta, uma vez que manobras de emergência, como travagens bruscas, podem projetá-los contra os ocupantes.