A produção da esmagadora maioria dos construtores de automóveis está fortemente afetada pela falta de semicondutores, que, claramente, não chegam para as encomendas. Os franceses do Le Journal de l’Automobile contam quantas destas pequeninas peças são necessárias para construir um carro novo.
Ainda há poucos anos, os semicondutores estavam concentrados nos básicos sistemas de multimédia e eram usados na gestão eletrónica do motor, nos airbags e no ESP. Hoje, são peças essenciais ao funcionamento de inúmeros sistemas do automóvel.
Para ter uma ideia, o número de semicondutores utilizado num BMW X1 aumentou mais de 200% em cinco anos, só entre 2016 e 2021.
Atualmente, o SUV mais acessível da marca alemã, na sua versão “standart”, utiliza a soma exata de 1.254 semicondutores.
Um número que vai variar, obviamente, consoante as especificações de fábrica, com mais ou menos equipamentos de série. Com a democratização da tecnologia e da digitalização no automóvel e também com o aumento significativo das funções de segurança e conetividade a bordo, os chips são elementos indispensáveis no processo de fabrico.
Um único exemplar do Mercedes-Benz Classe S necessita de nada menos que 2.444 semicondutores. Já para fabricar um Tesla Model 3 são usados em média 1380 chips.
A dependência desta peça minúscula varia, naturalmente, de acordo com o segmento do modelo e o nível de sofisticação do mesmo. De acordo com a A2Mac1, empresa especializada em tecnologia automóvel, citada pelo jornal francês, um Dacia Duster da geração atual precisa de apenas 180 semicondutores para fazer todos os seus sistemas a funcionar, enquanto um Peugeot 208 usa 257 destas pequenas peças.