Sinistralidade abranda, mas o número de mortes nas estradas subiu quase 50%

01/09/2020

No passado mês julho, 49 pessoas perderam a vida em acidentes rodoviários em Portugal, mais 48,5% do que no mesmo mês de 2019.

No rescaldo aos primeiros sete meses de 2020, julho negro em matéria de sinistralidade nas estradas portuguesas. No mês em que se assistiu a um progressivo abrandamento nas medidas de confinamento, o número de acidentes rodoviários diminuiu 17%, mas o balanço das vítimas mortais registou um aumento de 48,5% em comparação com o mesmo mês do ano passado.

De acordo com os dados definitivos avançados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), dos 2.969 sinistros registados no passado mês de julho resultaram 49 vítimas mortais, mais 16 óbitos a lamentar do que em igual período do ano transato.

Números agridoces

A contrastar com os números negros do mês de julho, os dados globais dos primeiros sete meses do ano apontam para uma diminuição da sinistralidade e também do número de vítimas. No relatório da ANSR, entre janeiro e julho de 2020 produziram-se 14.217 acidentes com vítimas no continente, de que resultaram 216 vítimas mortais no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde, 991 feridos graves e 16.493 feridos leves.

São registos que revelam uma travagem em todo o tipo de incidentes graves. Contas feitas, foram menos 5.705 acidentes com vítimas, significando uma redução de 28,6% face ao mesmo período no ano passado, menos 43 vítimas mortais (-16,6%), menos 269 feridos graves (-21,3%) e menos 7.590 feridos leves (-31,5%).

“Entre janeiro e julho de 2020 verificou-se uma redução em todos os indicadores de sinistralidade, relativamente ao período homólogo de 2019, sendo que o mês de abril foi o que apresentou decréscimos mais significativos, em parte devido à situação de estado de emergência que vigorou entre 19 de março e 02 de maio, impondo fortes medidas de confinamento com a consequente redução de tráfego”, pode ler-se no relatório daquela autoridade.

No mesmo relatório, é possível perceber que a colisão continua a ser a natureza de acidente mais frequente, mas são os despistes que provocam maior número de vítimas mortais.

Ainda de acordo com a ANSR, 66,7% do total de vítimas mortais entre janeiro e julho eram condutores, 17,1% passageiros e 16,2% peões.