A UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos apresentou uma proposta, maturada ao longo de um ano e já apresentada aos principais OPC – Operadores de Pontos de Carregamento e CEME – Comercializadores de Energia para a Mobilidade Elétrica, que visa simplificar o sistema de cobrança dos carregamentos efetuados na Rede Pública de Carregamento em Portugal.
Para a UVE, a cobrança dos carregamentos deveria passar a ser realizada segundo dois parâmetros:
- Diferenciação de custo por tipo de tomada e/ou potência de carregamento.
- Cobrança em energia (kWh) com uma taxa suplementar por tempo (minutos) após determinado período de utilização.
Concretizando, seria algo deste género:
O adicional por tempo – prossegue a sua explicação a UVE – “serve para compensar o OPC quando o tempo de utilização do posto ultrapassa um valor razoável, sendo expectável que o veículo já estará a carregar a uma potência baixa, fazendo diminuir o rendimento do OPC”.
“Tendo o utilizador um custo contratado com o seu CEME em kWh, que facilmente conhece pois ele não vai depender do local de carga ou tipo de posto, ao chegar ao carregador escolhido para efetuar o seu carregamento, basta adicionar o custo por kWh afixado no local para facilmente obter o seu custo total por kWh”, diz a associação.
“A APLICAÇÃO DO MODELO DE TARIFÁRIO PROPOSTO, EM NOSSO ENTENDER, NÃO SIGNIFICA, DE FORMA ALGUMA, QUALQUER ACRÉSCIMO DE CUSTO PARA O UTILIZADOR”, SALIENTA A UVE.
A UVE complementa: “Num tarifário apenas por tempo, como temos atualmente na quase totalidade dos postos rápidos, não existe esta preocupação pelo OPC, pois independentemente da potência de carga efetiva o seu rendimento será associado ao tempo de uso do posto”.
Na visão da UVE, “basta que um OPC, de grande dimensão e dispersão nacional, adira a este formato de tarifário: a escolha dos utilizadores a partir desse momento ditará as regras”.
Para explanar melhor a sua proposta, a UVE relembra que a rede pública de carregamento possui dois grandes atores que geram um preço final para o utilizador: o CEME – Comercializador de Energia para a Mobilidade Elétrica e o OPC – Operador de Pontos de Carregamento; é a junção dos dois custos que gera o nosso custo final.
CEME – Comercializador de Energia para a Mobilidade Elétrica
O CEME é responsável pela parcela da energia, o custo da eletricidade. Um CEME vende eletricidade, e a medida de contabilização da eletricidade é o kWh. “A esmagadora maioria já atua desta forma no mercado, mas devemos rapidamente ter 100% da oferta CEME nesta unidade de venda”, afirma a UVE.
O OPC é responsável pela disponibilização dos postos de carregamento, “e devido à variabilidade na potência efetiva de carregamento é compreensível a possibilidade de cobrança por tempo”, mas , refere a UVE, “se queremos avançar na simplificação de tarifários uma enorme vantagem com vista à simplificação será termos as duas componentes do preço (CEME + OPC) na mesma unidade (energia)”.
“Roma e Pavia não se fizeram num dia, por isso avançamos com um primeiro passo que visa esta simplificação nos postos de carregamento rápido (PCR) e Ultra-rápido (PCUR)”, declara a associação.
Proposta UVE: Um custo CEME em kWh adicionado de um custo OPC em kWh resulta numa conta fácil e percetível pelo utilizador.