Miguel Gaspar avançou que vai ser desenvolvido um plano de mobilidade escolar no próximo ano letivo, em cinco escolas piloto, quatro públicas e uma privada, assim como mais 23 projetos que vão acompanhar estas escolas “numa lógica de replicação”.
O objetivo é conhecer “com detalhe qual é que é a forma como as crianças chegam à escola”, de modo a “implementar medidas que contribuam para uma repartição modal diferente de chegarem à escola”, destacou.
O projeto pretende saber, por exemplo, “onde é que as crianças moram” e perceber “se faz sentido mudar o horário de uma carreira da Carris”, criar caminhos para as crianças irem em grupo para escola, a pé ou de bicicleta.
A câmara, liderada pelo PS, quer “capacitar mais pessoas” para no futuro desenvolverem o plano, de forma a que “nem tudo dependa do município de Lisboa”.
“Pretende-se sensibilizar, promover e capacitar os alunos para deslocações mais autónomas, em modos ativos, partilhados, sustentáveis e em transporte coletivo. Visa ainda estimular a coordenação e a partilha de viagens e melhorar a acessibilidade e segurança na envolvente escolar”, lê-se num comunicado enviado às redações.A autarquia desenvolveu também um inquérito, denominado ‘Mãos ao Ar’, em que foram feitas questões “para caracterizar a mobilidade das crianças” e fazer um diagnóstico das escolas no âmbito das deslocações.
A iniciativa contou com a participação de mais de 15 mil alunos e 85 escolas públicas e privadas de Lisboa, do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico.
“Uma das coisas que nós concluímos é que cerca de 42% dos alunos vão de carro para a escola, mas enquanto na escola pública este número é cerca de 30%, no ensino privado chega aos 70%”, revelou Miguel Gaspar.
Para o autarca, “deve haver condições de fruição do espaço público, de viver o espaço público, de andar a pé, de andar de bicicleta, de andar de transportes públicos, de andar na rua”.
Miguel Gaspar sublinhou ainda que “as pessoas que têm filhos em idade escolar usam 50% mais o carro do que as pessoas que vêm só trabalhar para a cidade de Lisboa”.
“Se nós conseguirmos acalmar aquilo que é o acesso à escola, por formas menos dependentes do veículo automóvel, com menos concentração de tráfego, obviamente vai melhorar também a qualidade do ar para a escola e para as crianças que são pessoas mais vulneráveis do que os adultos”, defendeu o vereador com o pelouro da Mobilidade e da Segurança.
O programa de Mobilidade Escolar, que será desenvolvido através da Direção Municipal da Mobilidade e contará com o apoio do departamento de Educação, de Desporto e de Ambiente da Câmara Municipal de Lisboa e da EMEL, integra também projetos já existentes que promovem a mobilidade ativa e sustentável na comunidade escolar como: Navegante Escolas, Lisboa sem Rodinhas, Escolas da Mobilidade e Pela Cidade Fora.
Lusa
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