Portugal Mobi Summit arrancou com a mensagem de que a guerra climática tem de ser urgentemente ganha nas cidades. A neutralidade carbónica vai custar 2 mil milhões de euros por ano a Portugal. Mas há inovações, no país e no mundo, que prometem avanços. O hidrogénio é um exemplo disso.

 

O Governo vai colocar a rede Mobi.E a concurso, com mais 600 pontos de carregamento, divididos em dez lotes, já no início de 2020. E todo o carregamento de veículos elétricos será pago, anunciou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, no primeiro dia do Portugal Mobi Summit, na Nova SBE em Carcavelos.
O objetivo é atingir a neutralidade carbónica em 2050, o que implica “investir 2 mil milhões de euros em cada ano ao nível das famílias e das empresas”, adiantou. Uma tarefa gigantesca que passa, por exemplo, por substituir os 5 milhões de veículos e garantir que todos os edifícios são neutros do ponto de vista da eficiência energética. Mas como lembrou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, numa mensagem enviada à audiência da Nova SBE, esta é das batalhas que vale a pena travar, porque ou serão “largamente ganhas” ou “tragicamente perdidas”. Já minutos antes, o chairman do Global Media Group, Daniel Proença de Carvalho lembrava, na sessão de boas vindas ,que este é dos “temas mais relevantes e prementes do nosso tempo”, razão que justifica o empenho do grupo, comprometido com uma informação qualificada, em promover esta iniciativa, contando com o apoio da EDP, a que se juntaram a Via Verde, a Câmara de Cascais, o CEiiA, a VW, a Fidelidade ou a Deloitte. Pela EDP, o seu presidente executivo, António Mexia lembrou que a elétrica está “há mais de uma década comprometida” com este desafio, procurando uma “visão holística”, que integra vertentes de negócios, sociais e ambientais.
Também Vera Pinto Pereira, CEO da EDP Comercial revelou que pretende ter, até ao fim do próximo ano 300 postos de carregamento elétrico públicos e 750 privados, ou seja, “a empresa relevante no ecossistema da mobilidade”. A gestora anunciou, ontem mesmo, que acaba de fazer uma parceria com o Benfica para a instalação de 20 postos de carregamento nas instalações do clube, no estádio da Luz, e na academia do Seixal.

O desafio do hidrogénio

Mas a descarbonização dos transportes não passa só pela eletrificação, estando a chegar também a vez do hidrogénio. O japonês Katsuhiko Hirose, um dos inventores da pilha de hidrogénio, considerou que esta tecnologia é incontornável para uma sociedade mais limpa. “Já está nos carros japoneses, como o Toyota Mirai, e deveria estar também nos aviões e noutros transportes pesados”, defendeu o professor. A tecnologia para tal já existe, assegurou, sendo que países como a China, o Japão e a Alemanha estão já a investir numa rede de carregadores a hidrogénio. Num país como Portugal, Hirose estimou que 60 postos bastariam para assegurar as necessidades, com a vantagem comparativa de que 3 a 4 minutos de carregamento permitem fazer 600 a 700 km.
Porque é nas cidades que a batalha climática se trava, Cascais assumiu-se como pioneira há alguns anos e vai continuar: “Em 2020, todos os cidadãos de Cascais ou que trabalham e estudam em Cascais terão um passe rodoviário gratuito dentro do concelho,” revelou o presidente da autarquia , Carlos Carreiras, que criou o primeiro sistema de mobilidade integrada, o Mobi Cascais. “A mobilidade passará a ser um direito de todos e cada um”.
As smart cities estiveram, de resto, em destaque no primeiro dia da cimeira , com todos os oradores a defenderem que este é um caminho que terá de envolver entidades públicas e privadas, mas também dos cidadãos. “Em Bergen, por exemplo, há três laboratórios a trabalharem para a sustentabilidade numa lógica multidisciplinar com o foco na mobilidade”, afiançou Eva Britt Isager, diretora do Departamento do Ambiente da cidade norueguesa.
O trunfo das cidades inteligentes estará na capacidade de inovar e foi isso que Sonja Heikkilä, especialista em Mobility as a service (Maas) mostrou no Mobi Summit. A ideia dela revolucionou o planeamento urbano em Helsínquia e, agora, o passo seguinte é tornar o carro particular dispensável nas cidades. O conceito joga com os diferentes modos de transporte combinados num aplicação móvel. E o resultado é uma interface única e fácil de usar para quem faz uma deslocação curta ou uma viagem com várias etapas e vários meios de transportes na capital finlandesa.
E a propósito de facilitar a vida às pessoas, a Brisa/Via Verde adotou um ecossistema para permitir a escolha mais confortável”, disse o presidente da Brisa, Vasco de Mello. Através da sua App, a Brisa já cobre “40 mil lugares de estacionamento em 18 municípios”. E chegou a notícia: “Ganhámos a concessão do estacionamento de superfície de Lisboa. Triplicamos o número de lugares”, revelou em primeira mão.

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