Cinco propostas para novos negócios. Estacionar enquanto o diabo esfrega um olho, câmaras que ajudam a evitar tragédias, dispositivos que poupam combustível ou que geram energia e reduzem a velocidade de forma autónoma

Em sentido lato, inteligência é a capacidade de adaptação à mudança. Numa cimeira de mobilidade, (propor soluções para) estacionar, prevenir acidentes ou gerar energia em menos de três minutos é um sinal de evolução. Eis cinco propostas para cidades mais inteligentes e um mundo mais seguro saídas dos Startup Elevator Pitches. Ou seja, jovens com uma lâmpada na cabeça (LED, óbvio) à procura de financiamento.

Claro que a explanação das ideias é que demora menos de três minutos – a regra de tempo para os Startup Elevator Pitches (propostas enquanto sobe o elevador, em tradução muito livre, dá o tom). Em linguagem mais atual, empreendedores com ideias que acreditam que vão fazer investidores desembolsar muito dinheiro. Criar startups e – quem sabe? – o próximo unicórnio (que evolui até valer mais de mil milhões de dólares no mercado).

Os cinco jovens que subiram ao palco do Portugal Mobi Summit tinham energia. Isto, hoje, vale ouro. Sobretudo se essa energia não advir de estimulantes, ao alcance de muitos, e puder ser reutilizada no transporte de pessoas e mercadorias, o que poucos conseguem.

Crise climática e pegada de carbono. Certo. E soluções? Elas aparecem, nem todas serão transportadas para a realidade, poucas ou nenhumas chegará a ser um belo de um unicórnio (empresarialmente falando).

Um remédio para a dor de cabeça (estacionamento)

O primeiro lançado aos tubarões (sharks é o terno termo encontrado para os investidores de startups e ideias inovadoras) foi Pedro Fraga, da Parqist, que descreveu como “o brufen para a dor de cabeça”.

Uma aplicação (App) que, a ter sucesso, vai deixar uma espécie de categoria profissional, no mínimo, desiludida: os arrumadores que dão sempre um jeito de se estacionar um carro no lugar onde parecia que só cabia uma bicicleta.

Quem descarregar esta App liga-se em comunidade e divulga dados relativos à localização da viatura que conduz no sentido de que outrem possa aproveitar a informação para saber onde parar o veículo.

Ninguém gosta de estacionar (e levantaram-se umas mãos…)

“Não acredito, ninguém gosta de estacionar”, reagiu com fleuma Rob Kramer, lembrando, como o antecessor no palco, os cerca de 20 minutos em média que se perdem a procurar um lugar nas grandes cidades.

O representante da Parkio, outra proposta para uma aplicação de facilitação de estacionamento, garante que se pode reservar um lugar e que a App ensina o carro a pagar pelo tempo de aparcamento.

“O sistema aciona o início do estacionamento quando tranca o carro e emite o pagamento quando liga o motor para sair do lugar”, prometeu Kramer.

Pôr as câmaras a pensar connosco

A proposta seguinte também serve – e muito – para ajudar a enfrentar o bicho-papão do estacionamento, que tenderá a diminuir com o inevitável constrangimento de acessos automobilísticos aos centros das cidades. Mas a Heptasense liga-se às câmaras de vigilância para as pôr a pensar connosco e, sobretudo, aumentar exponencialmente a capacidade humana de detetar e reagir aos dados captados.

“São tantas câmaras [nos centros de vigilância públicos e privados, entenda-se] que demora, em média, sete minutos a detetar um acidente. É humanamente impossível”, defendeu Ricardo Santos, CEO da empresa/sistema.

O software da Heptasense liga-se aos centros de vigilância e permite detetar quase em tempo real, quando não mesmo em tempo real, carros parados na berma, pessoas a atravessar vias de forma perigosa. E mais: com uma funcionalidade acionada por câmaras térmicas, através de um conjunto de métricas fornecidas pela empresa, prevê o que vai acontecer. E, não, não serve para jogos de fortuna…

 

No adaptar do comportamento está o ganho (em combustível)

 

Como convém, para apresentar uma solução é preciso contextualizar o problema. Luís Mendes, da Fuelsave, garante que 30% a 40% do custo operacional está no combustível, quando se fala do transporte logístico.

A solução apresentada é uma aplicação que estuda o comportamento dos condutores e os ajuda o corrigir o comportamento de forma a poupar significativamente no combustível sem perder na eficiência (tempo de entrega). Como? Eliminando os picos de consumo.

 

Produzir energia com a prevenção

 

A última proposta a subir a palco apresentou-se de forma gulosa: tem uma solução para tornar as cidades mais seguras e nessa ação gerar energia. Ou seja, uma fatia do melhor dos dois mundos da mobilidade.

“O nosso dispositivo é capaz de reduzir a velocidade de forma autónoma e ao mesmo tempo de gerar energia e dados de trânsito”, garantiu Francisco Duarte, da Pavnext. O segredo está na forma como aproveitam o pavimento como recipiente tecnológico que consegue reduzir a marcha de um veículo em 40% num espaço de 20 metros (“de 50 para 30 quilómetros/hora”).

Com a energia produzida pelo contacto com as estradas, mais seguras pela velocidade controlada de forma autónoma do condutor, pode-se alimentar instalações elétricas, sistemas de iluminação públicos ou mesmo módulos suaves de abastecimento de carros elétricos.

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