Giovanna d’Esposito, diretora-geral da Uber a Europa do Sul, veio à Mobi Summit dizer que a mobilidade partilhada é a via para reduzir a poluição, até porque esta é cada vez mais elétrica.

“E se passássemos de uma pessoa por carro para formas múltiplas de transporte, partilhado e com zero emissões?” Este foi o desafio lançado por Giovanna d’Esposito, diretora-geral da Uber para o sudoeste europeu, que avançou estatísticas reveladoras da necessidade urgente de agir para atingir a neutralidade carbónica. Nos Estados Unidos, por exemplo, 80% da população utiliza veículo particular, na maioria dos casos, com uma só pessoa por automóvel. A Uber defende que é possível com 3% dos veículos apenas manter a mobilidade de todos.

“Isto era um problema do mundo ocidental e agora é global”, afirmou Giovanna d’Esposito. A forma de organização das cidades promoveu o uso do automóvel particular e parques de estacionamento. O problema, assinalou, é que “mais estacionamento cria mais tráfego e os estudos demonstram como ao criar-se estacionamento, muda-se a paisagem, torna-se mais difícil andar a pé e anda-se mais de carro”. Para chegar aos referidos 3%, a Uber aposta em várias frentes.
Em primeiro lugar, Giovanna d’Esposito explicou como a empresa defende um modo de transporte mais sustentável. Na Uber, por cada condutor profissional existem 25 utilizadores ativos. Depois, a empresa já tem disponível em algumas cidades a UberPool. O sistema permite que mais do que uma pessoa possa viajar no mesmo carro, se a sua rota se ajustar à que foi pedida por um outro utilizador.

Outra aposta foi a Uber Green, que arrancou em Lisboa e Porto em março de 2016 e que disponibiliza carros 100% elétricos. “Portugal está na frente na inovação”, referiu. “Há estudos que sugerem que a mobilidade partilhada levará a maior utilização de veículos elétricos.” Este tipo de automóveis podem ser mais caros na sua fase de produção, mas mais baratos na manutenção, como salientou a gestora italiana. Além dos automóveis elétricos, a Uber também lançou as Jump, com as bicicletas e trotinetas partilhadas a serem mais uma opção de mobilidade. Giovanna d’Esposito explicou como a introdução destas opções reduziu a utilização do carro particular. Mas para que a redução seja cada vez maior, a responsável sublinhou que é necessário formar parcerias com as cidades e os governos dos países. A empresa está presente em 65. “Aqui em Portugal tem sido uma boa parceria.”

Na mesma lógica de contribuir para a eficiência da mobilidade está a plataforma movement.uber.com. É uma ferramenta que ao agregar dados das cidades permite prever o fluxo de tráfego, sendo possível ver dados históricos, para que melhor se perceba como está a ser e de que forma é feita a mobilidade nos locais. Giovanna d’Esposito terminou reiterando que o que motiva a Uber é “passar de cidades completamente poluídas para cidades com qualidade de vida”.

Elisabete Silva (Texto)

Filipa Bernardo (Global Imagens)

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