O que vai mudar no calendário da Fórmula 1?

14/11/2018

A chegada do Vietname à Fórmula 1, ontem anunciada para 2020, é o primeiro sinal da Liberty Media, face ao que pretende para o calendário dos próximos anos na disciplina. Depois de tudo o que se viu e ouviu ontem, muitos temem agora que a procura de novas localizações prossiga incessantemente por parte da Liberty Media, crescendo o risco de se perderem corridas que fazem parte do ‘património’ da F1.

E esta frase de Sam Bratches, Diretor Comercial da F1, não deixa dúvidas, e fica-se com a certeza que só a mudança é permanente: “A F1 é uma entidade com 68 anos e a natureza dos Grandes Prémios é dinâmica. Por exemplo, Silverstone foi o primeiro GP da história, mas nem sempre se correu lá, na Grã-Bretanha. Brands Hatch e outros circuitos receberam o GP da Grã-Bretanha, portanto, nada é imutável na F1, em termos dos locais onde corremos”, começou por dizer Bratches, que desta forma pressiona claramente quem tem acordos para fazer no futuro, ainda que seja cauteloso.

“A F1 é um negócio, somos uma empresa pública e temos muitas partes interessadas, acionistas, e tudo isso tem que ser ajustado com o que é melhor para os adeptos”, leia-se, têm que colocar na balança os ganhos monetários, com o património histórico da modalidade.

Só que, em teoria, o que é melhor para os adeptos também será o melhor para a parte desportiva da F1. Mesmo que não deem tanto dinheiro, as corridas em circuitos como Mónaco, Spa, Silverstone e Monza, por exemplo, são habitualmente fantásticas, dentro e fora de pista, e por isso a Liberty Media tem que ter muito cuidado com essa gestão. Precisa de ganhar adeptos pelo mundo fora, mas nunca vai poder ostracizar os europeus, que são os que mais contribuíram para que a F1 se tenha tornado no que é hoje, sendo que a Liberty não se pode dar ao luxo de acabar com todas as corridas tradicionais e levá-las para países com pouca tradição de automobilismo. Seria a morte da F1.