F1: Ligação Red Bull/Renault tornou-se “incompatível”

23/06/2018

A partir do momento em que a Renault anunciou que regressava como equipa oficial à Fórmula 1 se percebeu que mais cedo ou mais tarde, nesse caminho, tanto a Renault como a Reb Bull acabariam numa encruzilhada. Imagine-se que dentro de algum tempo, a Renault recupera a margem que a separa das ‘três grandes’ e entra nas lutas pelas vitórias e triunfos. Em determinado ponto, se ganhava ou perdia poderia estar totalmente nas suas mãos. Se algo acontecesse algo a um motor dos Red Bull, e fosse a Renault a beneficiar disso, seria natural, embora provavelmente injusto, que se ‘desconfiasse’ da Renault.

Para além disso, uma equipa de fábrica, desenvolve um motor a pensar em si própria e só depois em quem fornece. Até aqui, isso não tem feito grande diferença, mas com a Renault a chegar mais acima esse problema agudiza-se e com esta passagem da Red Bull para a Honda, deixa de haver problema. Cada um trabalha para si.

Tal como Christian Horner diz agora, “precisamos duma relação única, e a Renault ter a sua equipa de fábrica tornou-se incompatível para nós. Na era híbrida, os motores são complexos, e a integração é muito focada nas necessidades da equipa e nesse aspeto todos somos egoístas. queremos o que é melhor para nós. A Honda estará totalmente focada na Red Bull e Toro Rosso”.

Claro que esta não foi uma decisão fácil para a Red Bull, basta olhar para os números da sua relação com a Renault, mas os tempos mudaram, está aí quase à porta o começo do desenvolvimento para os novos motores pós 2020, e depois do projeto McLaren-Honda ter falhado redondamente, com culpas a assacar para os dois lados, embora em percentagens bem distintas, seria no mínimo irónico que a nova Red Bull/Honda levasse novamente os japoneses para o patamar onde estiverem ente 1985 e 1992.