Quando lhe perguntaram sobre a diferença de um segundo, ou mais, que têm para as equipas da frente, Abiteboul foi claro: “Temos que melhorar o chassis. O motor é bom o suficiente para colocar um carro na pole position, para ganhar corridas e lutar pelo título. E a Red Bull provou isso. Sem os problemas deles, estariam na luta pelo título e quero referir que apenas dois dos seus vários problemas tiveram a ver com o motor. Na Renault, estamos no caminho certo na nossa recuperação. Estou convencido de que conseguiremos alcançar a Mercedes e a Ferrari em 2019, talvez até ultrapassá-los. ”
Cyril Abiteboul mostra-se satisfeito com o aumento de desempenho deste ano, mas ainda está preocupado com a fiabilidade, acrescentando também que a equipa está ainda atrasada em termos aerodinâmicos e na suspensão: “A aderência mecânica e a gestão de pneus são áreas em que estamos atrasados, para além de que não conseguimos fazer mudanças no carro com a rapidez suficiente. O caminho entre o túnel de vento e a pista leva muito tempo. Temos que aumentar a eficiência do design e também da capacidade de produção. Não conseguimos desenvolver rápido o suficiente para fechar a margem para a frente do plantel.
A diferença permaneceu semelhante desde o início da temporada e isso mostra muito o estado da Fórmula 1. Para ter sucesso é preciso investimento, dinheiro, pessoas, recursos e ainda não chegamos lá. 2018 é o último ano da nossa fase de crescimento e ainda estamos a treinar pessoas, melhorando as ligações com os parceiros, reconstruindo a estrutura administrativa e aumentando os recursos” disse Abiteboul que dá como exemplo a Red Bull face ao que a sua própria equipa deve fazer: “É um desafio para nós em Enstone, a Red Bull é uma referência fantástica”, disse Abiteboul. Mas para desafiar a Mercedes e a Ferrari é preciso muito mais dinheiro do que a Renault gasta hoje em dia. De qualquer forma, os sinais são positivos e a contratação de Daniel Ricciardo à Red Bull é um ‘soco’ na Red Bull que bate duas vezes.
Será que a Renault se chega para o ano à Mercedes, Ferrari e ultrapassa a Red Bull? É um ponto de grande interesse para 2019…
José Luís Abreu/Autosport