Ao serviço do Automotive News Europe, Hetzner descreve o interior do edifiício como a loja de Q, responsável pelos gadgets de James Bond em todos os filmes da saga. É ali onde se encontram as mentes mais brilhantes da companhia, reunidas para encontrarem soluções para os desafios da indústria.
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No edifício principal, designado por ‘Scirocco Hall’, os convidados vão ao encontro de um conjunto de protótipos agrupados em três tendências: veículos elétricos, autónomos e de mobilidade partilhada. Projetos que normalmente seriam escondidos do olhar público por mais dois a cinco anos, admite o responsável pelo departamento de investigação e desenvolvimento do Grupo VW, Ulrich Eichhorn.
“Até os empregados da VW tem os seus telemóveis confiscados”, lembrou, evocando depois o “espírito de abertura” como justificação para esta visita — mais uma prova de que a companhia quer limpar a imagem após o Dieselgate.
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Como muitos destes projetos estão longe de virem a ser comercializados, exige-se a todas as marcas que financiem, de forma individual, a pesquisa. “Cada marca recebe depois os resultados que justificam pelo menos duas vezes o investimento que colocaram no projeto, e em alguns casos esse retorno chega a ser seis vezes superior”, revela Eichhorn.
Confira agora a lista do que os ilustres convidados puderam ver ou experimentar nesta visita exclusiva:
- Novos materiais de construção, como a cobertura das cabeças de cilindros a partir de resinas, reduzindo o peso da cabeça do motor em 13%;
- Novos grupos ópticos que usam Cristais Líquidos em Silicone que iluminam a envolvente à roda da estrada;
- Sensores sensíveis à luz que ajudam a prever a quantidade de energia fotovoltaica e transformar, desta forma, o automóvel numa estação meteorológica móvel;
- Um Audi A7 Sportaback h-tron quattro que combina a célula de combustível e um sistema plug-in hybrid num veículo de tração integral com uma velocidade máxima de 180 km/h;
- Um robô da empresa alemã Kuka que consegue carregar carros elétricos sem qualquer intervenção humana;
- Plásticos leves que oferecem a mesma rigidez da fibra de vidro;
- Sistemas computacionais que ajudam os veículos TT a navegarem em terrenos sinuosos;
- Veículos movidos por uma célula de combustível e que integram uma bateria de alta voltagem maior aceleração;
- Ensaio ao veículo experimental ‘Dieter’, que utiliza a inteligência artificial para se adaptar à mudança das condições da estrada, garantido segurança e estabilidade, mesmo a velocidades elevadas.
Todos estes projetos foram considerados pela Volkswagen como “menos competitivos”, o que espelha bem o dilema que a indústria enfrenta neste momento quanto ao caminho a seguir e ainda o facto de os fabricantes serem forçados a estabelecer novos padrões ou a acompanhar as novas tendências. Abrandar está fora de questão.