Inteligência Artificial Responsável: o modo ético e legal de desenvolver tecnologia

18/12/2021

A startup portuguesa Visor.ai aborda o processo de criação da chamada “Responsible AI”, uma forma de garantir que as novas inovações e tecnologias que nascem nas smart cities colocam o ser humano como prioridade.

A evolução tecnológica e o progresso da Inteligência Artificial fascina muitos pela inovação e simplicidade que vem trazer ao nosso dia a dia, mas também afasta bastantes pessoas, pela suposta substituição de postos de trabalho e desenvolvimento de consciências artificiais.

A Visor.ai, startup portuguesa de soluções de conversação inteligente, entende que “o futuro está nas mãos das grandes mentes tecnológicas, que devem refletir sobre o desenvolvimento ético de iniciativas como a Inteligência Artificial (IA)”.

Gonçalo Consiglieri, cofundador da Visor.ai, considera que “aquilo a que chamamos de Responsible AI é um modelo que procura documentar como é que uma empresa que desenvolve tecnologia de IA, o pode fazer de uma forma ética e legal, para que, caso haja algum problema, haja também uma atribuição de responsabilidade”.

Foto: Visor.ai

Neste sentido, a Visor.ai destaca cinco formas de desenvolver soluções de IA de forma responsável:

Humanizar o automático: apesar de parecer paradoxal, é importante considerar as necessidades do utilizador final que não procura uma experiência 100% automática e valoriza a interação humana. Neste sentido, o apelo é à criação de soluções de IA que não procurem automatizar todas as interações, sobretudo as mais complexas que possam necessitar de triagem e intervenção humana;

Tornar a IA compreensível: a um certo ponto no processo de desenvolvimento é expectável que haja a necessidade de explicar o funcionamento da solução a vários stakeholders. Esta explicação deve ser pensada e diferenciada para cada um deles. Um investidor não terá o mesmo nível de conhecimento de programação do que um developer, por exemplo;

Ser ciberseguro: aplicar medidas de cibersegurança no código que barrem a entrada de possíveis hackers é algo fundamental. Basta que estes alterem alguma resposta predeterminada a uma interação para induzir o utilizador final em erro;

Usar data responsável: para aumentar a precisão da IA é necessário uma grande quantidade de dados. Tendo em conta a implementação de medidas como o RGPD – Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, é crucial criar soluções de IA tendo por base dados recolhidos de forma responsável, e por isso de forma consensual;

Incentivar a transparência: tal como se deve considerar os inputs de todos os membros da empresa durante este processo, também se deve garantir que estes estão informados sobre o impacto que o IA deverá ter no seu posto de trabalho.

“ESTAS SÃO APENAS ALGUMAS SUGESTÕES QUE PODEM AJUDAR NO DESENVOLVIMENTO ÉTICO DE SOLUÇÕES DE IA”, DIZ A VISOR.AI.