Honda Beat, o Kei Car desportivo com desenho italiano

19/05/2021

Os Kei Car são automóveis pequenos desenvolvidos a pensar nas ruas estreitas e com bastante trânsito do Japão, sendo por isso sujeitos a impostos mais baixos. Para trazer mais entusiasmo a estes pequenos automóveis, várias marcas desenvolveram pequenos desportivos que se inseriam na regulamentação Kei Car, como é o caso do Honda Beat.

O Honda Beat tem um pouco de Ferrari F40 e não é só pelo facto de ter motor central e tracção traseira, mas também pelo facto de ter sido o último automóvel aprovado por Soichiro Honda, o fundador da marca, antes do seu falecimento, em 1991. O seu desenho foi concebido pela Pininfarina, que o vendeu à Honda. O Beat foi lançado no mercado nipónico em Maio de 1991, com um total de 33.672 unidades produzidas até Fevereiro de 1996, disponível apenas em quatro cores, amarelo, vermelho, branco e cinzento e somente com capota de lona.

Para locomover o Beat, está o motor E07A de três cilindros em linha, uma árvore de cames à cabeça e 12 válvulas, montado na zona central traseira do automóvel, com 656cc e equipado com o sistema Multi Throttle Responsive Engine Control ou MTREC, que é basicamente um sistema de corpos de acelerador individuais para cada um dos três cilindros. Devido às regras impostas, a potência está limitada aos 64cv às 8.100 rotações por minuto e 60Nm de binário às 7.000 rotações por minuto. Acoplado ao motor está uma caixa manual de cinco velocidades. A velocidade máxima é limitada electronicamente aos 135km/h.

Com 760kg, o Honda Beat era considerado extremamente leve, com uma distribuição de peso de 47% na frente e 53% na traseira. Uma particularidade do Beat, é que utiliza jantes de 13” na frente e de 14” na traseira, para melhorar a estabilidade em curva. Por ter dotes desportivos, estava equipado com travões de disco nas quatro rodas.

Além das versões do Beat tradicionais, com o nome de código PP1-100 e PP1-110, que traziam de série ar condicionado, vidros eléctricos, barra estabilizadora frontal e jantes de ferro, com opção de airbag lateral para o condutor, existem outras três versões especiais e com cores exclusivas. Em Fevereiro de 1992 é lançado o Beat Version F, na cor Aztec Green Pearl e jantes de liga leve. Em Maio de 1992 é lançado o Beat Version C, a cor Captiva Blue Pearl e com as mesmas jantes de liga leve. Um ano depois é lançada a última série especial, a Beat Version Z, com duas cores disponíveis, Blade Silver Metallic e Evergrade Green Metallic, além de manómetros de fundo preto, spoiler traseiro, ponteira de escape diferente e jantes de liga leve.

A empresa de tuning da marca, a Mugen, disponibilizava ainda um kit estético para o Beat, que incluía para-choques da frente e da traseira, embaladeiras, spoiler traseiro, jantes específicas, dupla saída de escape central, assim como um hardtop.

O Honda Beat entra agora no clube dos automóveis com mais de 30 anos, sendo considerado uma raridade fora do Japão.