Posteriormente, tornaram-se mais banais por entre os jovens e, inclusivamente, houve marcas a produzir automóveis destinados às férias da praia, principalmente os construtores franceses, com base nos seus modelos baratos e de fácil manutenção. Por fim, este segmento desapareceu por completo. Seguem-se 22 exemplos de automóveis destinados a serem utilizados nas férias de verão.
Renault 4 Mireli (1981)
Vamos iniciar esta lista com um modelo idealizado em Portugal, o Renault 4 Mireli. Tal como no Citroën Méhari, o Renault 4 Mireli utiliza uma carroçaria de fibra de vidro, que era produzida pela Mireli, LDA, de Bemposta, Coimbra, que se dedicava ao fabrico de autocaravanas e pequenos barcos. As Renault 4 eram adquiridas novas, sendo extraída a carroçaria original e aplicada a carroçaria de fabrico Mireli. A carroçaria custava cerca de 2.300 euros no preço de hoje. A empresa oferecia no valor a legalização da transformação. A produção deverá ter durado de 1981 a 1993, não se sabendo quantos exemplares foram produzidos.
Citroën Méhari (1968)
O Méhari da Citroën foi dos poucos automóveis de praia que se vendeu em elevados números e teve a sua produção bastante longa. Lançado em 1968, a sua carroçaria em plástico era montada sob a plataforma e mecânica do Citroën 2CV. A sua produção terminou em 1987, após mais de 145 mil exemplares terem sido produzidos.
Citroën Méhari 4×4 (1979)
Para rivalizar com o Renault Rodeo de quatro rodas motrizes produzido pela Sinpar, a Citroën decide lançar um concorrente com base no Méhari. Ao contrário do 2CV Sahara que utiliza dois motores, o Méhari 4×4 tem apenas um, com uma caixa de transferências que envia a potência para as rodas traseiras. É um modelo bastante capaz para fora de estrada, o seu único problema, é mesmo a falta de potência. Apenas 1.213 unidades foram produzidas até 1983, devido em muito ao preço ser quase o dobro do Méhari convencional.
Citroën C3 Pluriel (2003)
Este é o automóvel mais recente desta lista, mas é aquele que mais se aproxima do conceito de automóvel de praia produzido por uma marca no século XXI. Esteve em produção de 2003 a 2010 e tinha uma estrutura bastante modular, podendo transformar o C3 em diferentes configurações, incluindo até uma pickup.DAF Kini (1966)
Este automóvel é a grande excepção da lista, pois os automóveis de praia eram produzidos nos países mediterrânicos. A DAF é uma marca holandesa, que hoje é conhecida apenas pelos camiões, mas em tempos chegou a produzir automóveis ligeiros, até esta secção ser adquirida pela Volvo. Com base na mecânica do DAF 33, que incluiu o motor boxer e a caixa de variação continua, a DAF produziu um exemplar do DAF Alessio, com um design futurista idealizado por Giovanni Michelotti. Foi oferecido à família real holandesa, após o nascimento do Principe Willem Alexander e o seu nome foi alterado para DAF Kini.
Fiat 500 Jolly (1957)
A Ghia teve a difícil tarefa de transformar o automóvel mais barato de Itália num modelo utilizado pelos mais abastados nas suas férias de verão, principalmente porque poderia ser transportado nos iates. Basicamente, o 500 via o seu tejadilho e portas serem retirados, com a possibilidade de ser aplicado um tecto de lona e os bancos eram substituídos por uns produzidos no mesmo material dos cestos. Com a designação de 500 Jolly, ou 500 Spiaggina em Itália, este foi o automóvel que popularizou o segmento dos veículos de praia. A Ghia, posteriormente, iria aplicar a mesma receita no Fiat 600.
Fiat 850 Shellette (1968)
A Michelotti juntou o modelo 850 da Fiat aos automóveis de praia criados pela Ghia, com base no 500 e 600. Em conjunto com o construtor de iates Phillip Schell, criou um automóvel com um design mais contemporâneo e com a possibilidade de transportar confortavelmente quatro pessoas. Cerca de 80 Shellette terão sido produzidos nas instalações de Michelotti.
Mega Club (1990)
A empresa francesa Aixam-Mega chegou a produzir uma espécie da Citroën Méhari dos anos 90, dando o nome de Mega Club ou Mega Ranch, com base no modelo AX. Tal como o modelo original, a carroçaria era de plástico, podendo vir totalmente descapotável e sem portas. A tracção era frontal ou às quatro rodas e vinha com o motor de 1,1 litros de cilindrada e 75cv de potência. Cerca de mil exemplares foram produzidos até 1998.
Meyers Manx (1964)
Mini Moke (1964)
Com base no popular Mini, Alec Issigonis desenhou um automóvel destinado ao exército britânico. No entanto, não foi capaz de passar nos testes, tudo porque a sua altura era extremamente baixa, então a ideia foi reciclada para um automóvel de lazer. A sua produção terminou apenas em 1993, em Portugal, onde era produzido em exclusivo desde 1981.
Moretti Fiat 127 Midimaxi (1971)
A Moretti era uma empresa especializada na produção de coupés e de automóveis de grandes performances, com base nos modelos da Fiat, por isso, só na década de 70 é que entrou na “corrida” pelos automóveis de praia. Com base no Fiat 127, a Moretti lançou o Midimaxi em 1971, utilizando o maior número de peças do modelo original possíveis. A sua produção só seria terminada em 1984.
Moretti Fiat 126 Minimaxi (1973)
Quando o Fiat 500 foi substituído pelo 126, a Moretti viu aqui a oportunidade de criar um automóvel de praia mais pequeno que o Midimaxi. Aqui, a carroçaria já sofreu bastante alterações, exceptuando a mecânica que se manteve o motor de dois cilindros intacto. Apenas 100 unidades terão sido produzidas até 1980.
Renault 4CV Jolly (1960)
A Ghia aplicou a mesma receita do Fiat 500 no Renault 4CV, no entanto, o sucesso ficou muito aquém daquele conseguido pelo automóvel italiano. O automóvel francês tinha a vantagem de ser mais espaçoso que o Fiat 600, mas a sua transformação veio um pouco tarde no ciclo de vida do modelo. Segundo consta, apenas 50 terão sido produzidos e hoje pensa-se que apenas 20 existam.
Renault 4 Plein Air (1968)
Renault Rodeo 4 (1970)
Inspirada pelo sucesso do Méhari, a Renault apressou-se a lançar um rival à altura. Desenhado pela Ateliers de Construction du Livradois (ACL), a Rodeo 4 seria lançada em 1970 com base na Renault F4, a versão carrinha do Renault 4, equipado com o motor de quatro cilindros e 845cc, extraído do Renault 6. Tal como o modelo da sua rival Citroën, o Rodeo 4 tinha também carroçaria construída em plástico.
Renault Rodeo 6 (1972)
O Renault Rodeo 6 foi desenhado também pela ACL, primariamente para o exército francês, agora já com a base do Renault 6 e uma mecânica superior de 1,1 litros de cilindrada, ficando como uma alternativa superior ao Rodeo 4. Em 1979, recebe os faróis retangulares do Renault 14 e o motor de 1,3 litros de cilindrada do Renault 5 GTL.
Renault Rodeo 5 (1981)
O Rodeo 5 foi a evolução final dos automóveis de praia da Renault, lançado em 1981, com um design completamente novo e uma estrutura tubular. Continuava a ter a base do Renault 4 e foi desenvolvido pela Teilhol, antiga ACL. A mecânica utilizada era o motor de quatro cilindros de 1,1 litros de cilindrada. A produção terminaria em 1986.
Renault JP4 (1981)
Em 1981, a empresa Car Système decidiu criar uma versão de praia do Renault 4, mas diferente de tudo aquilo que a Renault tinha feito até então e seguindo um caminho mais virado para os buggys, lançando o Renault JP4. O chassis foi encurtado, o tejadilho removido, assim como as portas, dando um ar de Jeep ao Renault 4. A empresa teve um acordo com a Renault e vendeu exemplares através da rede de concecionários da marca em alguns países europeus, como na Itália, onde era conhecido por Renault 4 Frog. Aproximadamente 2500 unidades foram produzidas até 1990.
Renault Super 5 Belle Ile (1989)
Renault Twingo De Plage (1992)
Durante os anos 90, a empresa Vernagallo Style decidiu aplicar o conceito de automóvel de praia dos anos 60 e 70 no pequeno Renault Twingo. A carroçaria é praticamente toda alterada, seguindo o conceito dos buggys, sem tejadilho ou portas, apenas com um tecto de lona. O interior é todo estufado de novo, para dar um toque único ao modelo. Não se sabe ao certo quantos exemplares foram produzidos, mas não terão sido muitos, cerca de 5 ou 10.
Teilhol Tangara (1987)
Tanto a Renault, como a Citroën, acabaram a produção dos seus automóveis de praia a meio dos anos 80, mas a Teilhol, antiga ACL que tinha produzido os Renault Rodeo, decidiu continuar o caminho sozinha, produzindo um modelo próprio, o Tangara. Lançado em 1987, este tem a base do Citroën 2CV e, inicialmente, estava equipado com o motor boxer de dois cilindros do mesmo modelo, passando para o motor de 1,1 litros de cilindrada do Citroën AX nos últimos exemplares. Cerca de 1.170 exemplares foram produzidos até 1990, com apenas 70 equipados com o motor do AX. Antes da empresa fechar as portas, ainda foram produzidos cerca de 100 exemplares do Theva, o sucessor do Tangara, com base no AX.
Volkswagen Type 181/Thing (1968)
Lançado no mesmo ano que o Méhari e o 4 Plein Air, o Volkswagen Type 181 não foi idealizado como um automóvel de praia, mas sim como um automóvel para o exército alemão, para substituir o DKW Munga. No entanto, foi logo lançado no mercado civil e teve bastante êxito nos EUA, onde era vendido como Volkswagen Thing.