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Os tesouros secretos da garagem Renault

Renault Type A de 1899
Renault Type B de 1900
Renault Primaquatre de 1932 e 1937
Renault Primaquatre de 1937
Renault Primaquatre de 1937
Renault 4CV de 1944
Renault Colorale de 1952
Renault Floride de 1958
Renault Estafette de 1963
Renault Dauphine de 1964
Renault 4 Parisienne de 1964
Renault 8 Gordini 1300 de 1970
Renault 16 de 1972
Renault 5 de 1974
Renault 5 e R12 de 1974
Renault 14 de 1977
Renault Espace de 1987
Renault Twingo de 1992
Renault Avantime Concept Car de 1999
Os mais antigos
Os veteranos Renault
Os Renault dos anos 30
Os comerciais Colorale, Estafette e R4
O 4CV e os seus derivados desportivos
Le Garage Renault, na fábrica de Flins
Renault 5 Turbo e outros desportivos
Os anos setenta e oitenta
Dezenas de Renault com palmares nos ralis e na velocidade
Os Renault dos recordes
Os Fórmula 1 com motor Renault
Um aspecto da colecção Renault
O Twizzy representa uma visão de mobilidade para o futuro

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A convite da Renault Portuguesa, fui a França, participar num evento de celebração dos 120 anos da marca francesa.

Depois de ensaiarmos alguns modelos antigos da Renault, chegámos à fábrica de Flins, para visitar “Le Garage”.

A entrada da fábrica, a pouco mais de 50 quilómetros noroeste de Paris, é tão banal quanto a de qualquer outro parque industrial moderno e em fervilhante actividade.

A fábrica de Flins produz atualmente os Renault Clio IV e Zoé, bem como o Nissan Micra. Desde o encerramento da antiga unidade em Billancourt, esta é a maior e a mais antiga fábrica Renault em França, tendo produzido mais de 17 milhões de veículos.

Fundada em 1952, foi rebatizada fábrica Pierre Lefaucheux em 1955, após a morte do primeiro presidente da Renault a seguir à nacionalização, em 1945.

Responsável pela construção da nova fábrica, Lefaucheux nasceu em 1898, o mesmo ano em que, oficiosamente, consideramos que a Renault foi fundada (oficialmente, foi em Fevereiro de 1899).

Foi um excelente estratega, percebendo que os automóveis populares abriam à marca um novo caminho de sucesso. Antes da Segunda Guerra Mundial, a gama da Renault era mais vocacionada para um cliente burguês. O seu primeiro automóvel popular surge apenas em 1937, com o Juvaquatre.

Pouco tempo depois começou a Guerra e atividade automóvel foi substituída pela produção de camiões e material de guerra para o invasor alemão.

Mas um grupo de resistentes planeou um automóvel para o pós-Guerra, barato de produzir, adquirir e utilizar. Foi este o projeto que Lefaucheux validou e que seria a pedra de toque para tornar a Renault um dos mais importantes construtores mundiais.

Foi também nesta fábrica que a Renault decidiu guardar uma parte muito significativa do seu acervo histórico.

O mais curioso é que não se trata de um museu. Para todos os efeitos, trata-se apenas da “Le Garage”. Esta modéstia não é de todo condizente com a imagem que temos do “Vive la France”, mas a postura que encontrámos em todos os colaboradores Renault relacionados com este acontecimento, foi de simpatia e humildade, apesar do orgulho justificado em 120 anos de história.

Quando se abrem as portas de acesso a uma nave de alguns milhares de metros quadrados, é quase como se descobríssemos uma nova Capela Sistina.

Os veículos civis estão no primeiro corredor, com destaque, numa pequena exposição, para os que têm efemérides especiais em 2018, como a própria Renault, mas também o Reinasport e os seus 85 anos e vários outros modelos famosos, até ao Clio Williams e o seu quarto de século.

Os primeiros Renault estão em lugar de destaque, junto a um Twizzy, que simboliza o presente e o futuro.

Os anos 10 com os seus personalizados gigantes, destacando-se um exemplar dos primeiros táxi, que até serviu para levar soldados à frente de batalha na Grande Guerra. Os anos 20 com os utilitários de trabalho, os anos 30 e os seus grandes estadistas e modelos dirigidos a uma burguesia com um nível de vida confortável.

Nos anos 40 surge a revolução popular, com o 4CV, seguido do Dauphine. Nos anos 60 a Renault começa à procura do volume único, com o 16 e o 4.

Depois chegou o mais famoso dos superminis, o R5, desenhado para agradar às senhoras, mas pelo caminho também fez alguns homens perder a cabeça.

Modelos de grande sucesso, como o R8, ombreiam com outros menos felizes, como o R7 ou R14, sem esquecer as estrelas de cinema, como o R11, mutilado em noma da arte, e ao serviço do James Bond.

A Espace e o Twingo, bem como o mais recente Scénic, mostraram que a Renault está em sintonia com o que as pessoas pretendem de um automóvel. Às vezes, antes mesmo de o saberem.

Depois ainda temos os automóveis dos recordes e os carros de corrida, da Fórmula 1 ao Endurance, dos ralis às corridas no gelo ou aos raids no deserto.

Cada automóvel da “Le Garage” encerra histórias que mal cabem lá e menos aqui, na tarefa ingrata de relatar uma coleção tão vasta.

Foi mesmo um acontecimento poder ver esta sala dos tesouros, que não está aberta ao público. Apenas os funcionários da fábrica e os jornalistas, em eventos muito especiais, podem fazer uma visita rápida. Demasiado rápida, diria, para revisitar 120 anos de história.

Deixo-vos com a nossa galeria de imagens.