Este automóvel tinha a difícil tarefa de substituir o icónico Ferrari Enzo e no total foram desenvolvidos nove desenhos conceptuais para o automóvel, a que foram reduzidos para cinco em 2013, três do Centro Stile da Ferrari e dois da Pininfarina. No final, o desenho iria ficar a cargo do Centro Stile da Ferrari, sob a direcção de Flavio Manzoni.
Além de ser o primeiro híbrido de produção da Ferrari, o LaFerrari era também o mais potente de sempre no portefólio da marca, mantendo o motor V12 F140FE, montado numa posição central atrás do habitáculo, com 6,3 litros de cilindrada, desenvolvendo uma potência de 800cv às 9000rpm e 700Nm de binário às 6750rpm. Este motor de combustão interna é acoplado a um sistema eléctrico HY-KERS que desenvolve mais 163cv, totalizando uma potência combinada de 963cv e 900Nm de binário. A potência é enviada para as quatro rodas através de uma caixa de sete velocidades de dupla embraiagem.
Como qualquer automóvel, mas principalmente com automóveis desportivos, vários protótipos são construídos para se realizar os mais variados testes, muitos deles com base em outros modelos da marca, com camuflagens para passarem despercebidos.
Muitos destes protótipos acabam destruídos, ou durante os testes ou após a sua vida útil, mas esse não é o caso do protótipo presente neste artigo. Este é o primeiro de três protótipos destinados a testar o sistema híbrido do LaFerrari e sem a camuflagem é fácil ver que tem por base um Ferrari 458 Italia. Foi utilizado em testes de Maio de 2011 a Dezembro de 2012. Para além de testar o sistema híbrido, serviu também para testar os travões, suspensões, distribuição de peso, direcção, desgaste de pneus e o sistema de ESP.
O chassis de alumínio do 458 Italia foi modificado de modo a acomodar um protótipo do motor do LaFerrari, o F140FB, assim como todo o sistema eléctrico. No interior, apesar de parecer um tradicional 458 Italia, além de todos os avisos colocados em zonas estratégicas, tem vários aparelhos de leitura dos vários sensores implementados no automóvel. Por exemplo, o banco do passageiro não pode ser mexido, pois atrás dele está um extintor e todos os sistemas de controlo do automóvel.Este protótipo, conhecido na Ferrari por M6, foi vendido pela marca em 2016, com a condição de não ser utilizado em estrada aberta. Agora, após percorrer 3322 quilómetros, irá ser levado a leilão, pela RM Sotheby’s, no próximo dia 14 de Maio, num evento organizado aquando o Grande Prémio Histórico do Mónaco, com um valor de venda estimado entre os 1,4 e os 1,8 milhões de euros. Junto com o automóvel, segue o certificado de autenticidade da Ferrari Classiche, assim como o seu Yellow Book.
