Com base nesse automóvel, a Stutz adicionou os guarda-lamas e faróis, de modo a poder circular na via pública, nascendo assim o Bearcat, em 1912. Estes primeiros modelos estavam equipados com um motor de quatro cilindros em linha da Wisconsin Motor Manufacturing Company, com cabeça em forma de T, um carburador Stromberg, quatro válvulas por cilindro e 6,4 litros de cilindrada, para desenvolver 60cv. O motor enviava a potência para a caixa de três velocidades manuais desenhada por Harry Stutz e montada numa posição transaxle. A velocidade máxima era de quase 130km/h, um valor bastante elevado para a época.
Este é considerado o “primeiro automóvel desportivo americano” da história, pois teve por base um automóvel de competição e não o contrário. Além disso, vários pilotos o utilizaram nas mais variadas provas, incluindo Erwin “Cannon Ball” Baker, que bateu o recorde da época de costa a costa dos Estados Unidos da América, mais precisamente de Los Angeles a Nova Iorque, em 11 dias, 7 horas e 15 minutos com um Bearcat.
O exemplar presente neste artigo é um Stutz Bearcat Series B, de 1913. Ficou vários anos numa quinta ao abandono, até ser descoberto na década de 70. Após ter sido adquirido, foram compradas várias peças para proceder ao restauro do veículo, mas este não se iniciou antes dos anos 2000, quando foi novamente adquirido, desta vez por um pai e filho que queriam um projecto de restauro em família.
No próximo dia 5 de Março, este Stutz Bearcat com o chassis número #997 vai a leilão, organizado pela RM Sotheby’s, aquando o evento no Amelia Island. O seu valor de venda situa-se entre os 310 mil e os 395 mil euros.