36.ª edição Baja Portalegre 500 começa hoje, dia 27 de outubro

27/10/2022

Não é preciso ir à Baja California, Estado do Norte do México, vizinho dos Estados Unidos, para se poder viver uma prova de todo-o-terreno de forma intensa, embora tenha sido lá que tudo começou, mas fiquemos pela região de Portalegre.

Desde a sua primeira edição, em abril de 1987, tendo como base a cidade de Portalegre, tem sido uma maratona em crescendo e com cada vez maior afirmação dentro e fora de portas.

O saudoso José Megre, juntamente com o seu amigo e navegador, Pedro Vilas Boas e a ajuda de muita gente, nomeadamente do recém-criado Clube Aventura puseram de pé a primeira edição e logo com muito sucesso: 130 carros e mais 69 motos participaram na primeira baja, então chamada Rali Maratona de Portalegre — Finicisa.

 

Só por curiosidade, António Bayona e José Costa, venceram a prova dos automóveis com um Mitsubishi Pajero de série, enquanto Paulo Marques e Marcos Carvalho dividiram a pilotagem de uma Aprilia RX 250, triunfando nas motos.

Daí para cá muita coisa mudou, mas há algo que é imutável e está na génese da prova e do Clube Aventura: realizar uma prova nacional de todo-o-terreno, mas verdadeiramente mundialista, faz parte da Taça do Mundo Bajas FIA e Bajas FIM em Portugal, pelo desafio, exigência, beleza das paisagens…

O que se espera da edição de 2022?

A fasquia é alta! Perigosamente alta! Não apenas pelas 422 equipas, cerca de 500 inscritos, nas várias categorias ou por incluir uma “Mini Baja” para os mais novos, mas por muitas outras razões, onde se inclui a consagração do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno (CPTT) ou a decisão do título nacional na categoria dos SSV ou UTV.

 

 

Por outro lado, esta prova é especial para o público, onde me incluo. São muitos milhares de pessoas que rumam ao Alto Alentejo e um pouco de Ribatejo para, mesmo nos lugares mais inesperados, assistirem à prova, confraternizarem, tirarem fotos, estarem mais próximos da natureza, apoiarem os seus favoritos ou qualquer outro motivo.

A chuva que caiu nos últimos dias é um incentivo adicional para a prova, aumentando o grau de dificuldade e espetacularidade, havendo lugares mágicos como a travessia da Ribeira de Seda que são conhecidos por causarem dissabores a alguns dos participantes.

Tudo aponta, para já, que a meteorologia será favorável nos 3 dias, mesmo com alguma chuva, e as temperaturas amenas vão aumentar, ainda mais, a afluência. A organização indica alguns dos melhores locais para assistir à prova e alerta para importância de cumprir as regras, nomeadamente nas estradas cortadas para o evento.

 

 

De acordo com o Programa, a competição começa oficialmente na quinta com as acreditações, verificações técnicas e documentais e ainda as cerimónias de partida. Na sexta com o Prólogo na Herdade das Coutadas, antes de um setor seletivo com 70 quilómetros cronometrados. No sábado, os automóveis têm mais dois setores seletivos (de 200 quilómetros cada), enquanto as motos, SSV e quads percorrem um setor único, com 335 quilómetros de extensão.

Como habitualmente, o NERPOR continua a ser o centro operacional da prova e local da conferência de imprensa final (prevista para as 18h00 de sábado) e da cerimónia de entrega de prémios (20:30).

No caso específico das motos, António Maio, em Yamaha, vai tentar novamente fazer história na competição e tentar obter novo triunfo na prova. Se acontecer, será o seu oitavo e a coroar da melhor forma o seu título de campeão nacional!

Já Martim Ventura, também em Yamaha, e Micael Simão, em GasGas, chegam a Portalegre separados por cinco pontos e vão decidir quem fica em 2.º e 3.º lugar.

 

João Vale, em Yamaha, já é campeão nos Quads, mas vem para reforçar esse estatuto e na prova dos SSV tudo está em aberto. Roberto Borrego (101 pontos), Gonçalo Guerreiro (93) e João Monteiro (81) estão os 3 discussão pelo título absoluto de 2022.

Resumindo, estão aqui os ingredientes para uma grande festa e talvez até uma desculpa para (re)visitar Portalegre e a região!