A versão que nos foi cedida para ensaio pela IMEX Moto, importador da MV Agusta em Portugal, na cor negro mate, digamos que não será a mais impactante, sobretudo se a compararmos com as fantásticas versões RC, Reparto Corse, nas cores de competição. No entanto pareceu-nos uma versão mais consensual do ponto de vista estético para agradar a um público mais abrangente, marcada pelo quadro de trelissa em vermelho vivo.
Outra realidade incontornável que marca o tricilíndrico da MV é de facto o som inconfundível que emite o escape e que justifica o apelido que lhe atribuímos no título do artigo, “ the Screamer “… mas já lá vamos.
A posição de condução pareceu-nos bastante confortável, sem estarmos demasiado pendurados sobre a frente da moto, nem sentirmos demasiada pressão sobre os pulsos, com todos os comandos bem posicionados e fáceis de acionar. O assento é algo duro, compreensível tendo em conta o estilo da moto, mas penalizado pelo perfil anguloso de elementos estéticos no depósito quando fechamos as pernas em torno do mesmo a velocidades mais elevadas. As peseiras estão no sítio certo colocadas de forma a proporcionar uma posição descontraída das nossas pernas e a facilitar o acionamento da caixa e do travão traseiro.
O painel de informação encontra-se no sítio certo e é de leitura fácil embora alguma informação seja difícil de identificar nomeadamente as luzes de aviso de pisca, a fazerem-nos circular, inadvertidamente, com os piscas postos até nos darmos conta dos mesmos. Outra realidade que deveria estar contemplada seria o nível de combustível e apenas nos damos conta que necessitamos abastecer quando uma pequena luz de reserva se acende.
A nível da eletrónica a Brutale 800 inclui Ride-by-Wire, com 4 mapas de motor nomeadamente. O Sport que foi o que mais utilizámos durante o ensaio e que mesmo assim permitiu-nos constatar que existe um maior controle e comportamento mais suave a baixas velocidades do que no modelo anterior, o que facilita bastante a circulação no meio do trânsito. A Brutale inclui também 8 níveis de controlo de tração e Quick Shift nos dois sentido, a funcionar na perfeição quando subimos de caixa mas a exigir desacelerar nas reduções, o que no faz manter o hábito adquirido de utilizar sempre a embraiagem nas reduções.A nível da segurança a Brutale 800 está bem equipada com travões Brembo de 4 pistões e dois discos dianteiros flutuantes de 320mm e de 230mm na roda traseira. A travagem é ainda assistida por ABS da Bosch com sistema de RLM que permite minimizar o levantar da roda traseira em travagens mais violentas.
Gostámos do comportamento das suspensões, Marzochi up-side-down de 43 mm na dianteira com regulação em compressão, extensão e pré-carga da mola e do amortecedor traseiro da Sachs , também totalmente regulável, ambos a proporcionarem uma leitura perfeita da estrada e contribuírem para um conforto extra da Brutale graças à sua progressividade.
O motor da Brutale 800 continua a ser uma enorme referência da mesma. Apesar do Eur 4 ter “abafado” parte da sua personalidade o certo é que a partir das 5.000 rpm ele “desperta” e solta toda a sua magia. Se a baixa rotação mostra desconforto que, pelo silêncio proporcionado pelos escapes, faz sobressair o seu ruído mecânico, já com estrada livre à nossa frente, quando rodamos o punho acelerador o tricilíndrico da Brutale mostra toda a sua verdadeira vocação e onde é realmente imbatível, tornando num verdadeiro prazer o passar caixa, sempre acima das 7.000 rpm. “The Screamer”, apelidámo-lo assim pelo som muito característico que emitem as 3 saídas de escape, afirma toda a sua raça desportiva e por onde passa não deixa ninguém indiferente.
Em percursos de serra com curvas apertadas a Brutale mostrou-se extraordinariamente eficiente com a sensação de leveza do conjunto a facilitar a condução e a colocação em curva da moto. O bom desempenho das suspensões e travões agregam um sentimento extra de segurança em condução mais desportiva que muito apreciámos. No entanto a Brutale não gosta de pisos degradados e sempre que por distração não conseguimos evitar um buraco ou o mau estado do piso é a nossa coluna que paga a “fatura”.
Cores disponíveis 2018 : Azul e amarelo fluo, Preto e branco, Vermelho e prata., sendo que a segunda cor das várias versões disponíveis para 2018 corresponde às listas que na decoração deste ano são incluídas (a versão testada é de 2017).
Ficha Técnica
Marca: MV Agusta | Modelo: Brutale 800 – 2018 |
MOTOR | |
Tipo | Tricilíndrico, refrigeração líquida, 4 tempos,DOHC |
Cilindrada | 798 cc |
Potência Máx. | 110 cv às 11.500 rpm |
Binário Máx. | 83Nm às 7.600rpm |
Embraiagem | Acionada hidraulicamente |
Alimentação | MVICS |
Caixa Vel | 6 Velocidades com Ride-by-Wire |
CHASSI E SUSPENSÕES | |
Quadro | Treliça em aço |
Suspensão Dianteira | WP invertida de 43mm curso 125mm ajustável |
Suspensão Traseira | Monoamortecedor ajustável SACHS curso 124mm |
TRAVÕES E PNEUS | |
Travões Dianteiros | Disco de 320mm Brembo 4 pistons com ABS Bosch 9M de 2 Canais |
Travões Traseiros | Disco de 220mm Brembo 2 pistons com ABS Bosch de 2 Canais |
Pneu Dianteiro | 120/70-17 jantes em liga |
Pneu Traseiro | 180/55-17 jantes em liga |
ELETRÓNICA E ELETRICIDADE | |
Bateria | 12 V, BAH VRLA |
Luzes Dianteiras | Full LED |
Luzes Traseira | Full LED |
Painel Info | digital |
Controle Tração | sim 8 níveis |
Ride by Wire | sim |
Modos de Motor | sim 4 modos |
Outros | |
DIMENSÕES | |
Comprimento | 2.045 mm |
Largura | 875. mm |
Altura | n.d. mm |
Distância entre Eixos | 1.400 mm |
Distância ao solo | 135 mm |
Altura do banco | 830 mm |
Peso total | 175 Kg |
Capacidade do Depósito | 16,5 litros |
Reserva | n.d. |
Consumos | 5,6Ltr / 100 Km |
Norma Emissões | Euro 4 |
PVP: 15.443 euros
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