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Ascona, Borrego, Kona e outros nomes infelizes de automóveis

Nos anos 70 e 80 o Opel Ascona esteve na primeira linha da oferta da marca alemã e teve, até, uma presença destacada na competição. Em Portugal adotou o nome 1905 (e 1604)
Nascido de uma parceria entre a Suzuki e a Mazda, esta última adotou para este micro carro de 3 e 5 portas a designação Laputa. Nunca foi vendido nos mercados latinos.
O Jazz deveria ter uma designação universal: Fitta. A Honda percebeu a tempo que a palavra em sueco e norueguês significa “vagina”. A opção foi chamar-lhe Jazz, na Europa, e Fit, nos EUA
Até ao início da década de 80 o Ford Pinto teve grande sucesso nos EUA. A designação tem por base uma afamada raça de cavalos mas levantava sérios problemas no Brasil
O Mitsubishi Pajero teve que mudar a designação nalguns mercados. Foi o caso da vizinha Espanha onde, onde se chama Montero já que a palavra Pajero está conotada com masturbação.
Feito na Índia, o Nissan Pixo conquistou muitos mercados pela relação preço/qualidade e aparência simpática. Claro que em Portugal não passou ao lado de algumas “graçolas”
Entre 2001 e 2011 a Suzuki produziu no Japão um pequeno MPV chamado MR Wagon que a Nissan também comercializou com a designação Moco, nalguns mercados. Não nos de língua espanhola onde a palavra Moco é usada para definir o “macaquinho” do nariz
O Toyota MR2 tinha tudo para dar certo e… eu. Em vários mercados conquistou o “coração” dos amantes da dinâmica desportiva. Mas em França e na Bélgica o tocadilho fonético MR2 (Mer Deux”) obrigou a que o 2 (“deux”) ficasse pelo caminho
Como veremos os asiáticos são “geniais” para nomes. Testemunho disso mesmo é o Daewoo Kalos de que muitos ainda se recordarão
Quem também não conseguiu contornar algumas piadas foi o Daewoo Nubira (na foto) que ainda assim teve bastante mais sucesso do que o Espero que, esperou tempo demais até ser descontinuado
Para além da Ásia, a Kia tem na América do Sul uma presença forte no que respeita aos veículos comerciais. Cabe à Besta defender as cores do construtor sul-coreano
Nos Estados Unidos da América a Kia lançou e, 2009, um SUV maior do que o Sorrento. Chamou-lhe Borrego e foi um sucesso

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Quase tão difícil como desenvolver um automóvel de sucesso é encontrar um nome que, pelo menos, não crie entraves a esse objetivo. A História está mesmo repleta de “casos”, como o Toyota MR 2 (MR Deux em França).

O frenesim causado na passada semana pela designação do futuro SUV da Hyundai, Kona (Kauai, em Portugal), trouxe-nos à memória outros exemplos de modelos que poderiam ter atraiçoado os objetivos das respetivas marcas.

Antes de recordar alguns desses casos talvez seja importante sublinhar que, conscientes do risco e da importância da designação escolhida, todas as marcas sem exceção encarregam agências com quem trabalham de “descobrirem” designações que “funcionem”. E funcionar significa preencher requisitos como a facilidade em pronunciar, “sonoridade” ou, idealmente, apelo, imaginário, desejo (Kona, tal como Kauai, é o nome de uma das principais ilhas do arquipélago do Havai). Para isso, essas agências recorrem à ajuda de complexos programas informáticos que não só levam em conta aqueles critérios como têm de se certificar de que as designações escolhidas não estão sob pré-reserva de outras entidades, ou não são já marcas registadas. E, sabendo-se que a capacidade de muita gente para “inventar” dinheiro não para de surpreender mesmo as mentes mais criativas, não admira que, mesmo depois de muita pesquisa, testes e validações as surpresas estalem.

Será o caso da EQ, escolhida pela poderosa Daimler como a marca para os seus modelos elétricos, que a chinesa Chery garante ter sob registo… Mais do que ironia da situação – os chineses que são acusados de plagiar a torto e a direito… reclamam agora… direitos de autor – serve o exemplo para ilustrar como nem “mil olhos” ou o mais sofisticado programa informático consegue resolver tudo.

Talvez por isso, se muitos construtores preferem manter-se fiéis às designações numéricas, mesmo sabendo que o apelo emocional é diminuto, outros há que optam por correr o risco. A Hyundai é a este respeito um exemplo curioso: enquanto para os SUV (Tucson, Santa Fé) apostam em nomes, para os restantes modelos, mantém-se fiel às designações numéricas (i20, i30…)

Afinal, se é certo que o apelo emocional sai prejudicado não é menos verdade que os números funcionam sempre. Ou… quase sempre. Que o diga a Toyota que nos anos 80 investiu bastante no desportivo MR2 de motor central, com enorme sucesso em praticamente todos os mercado exceto nos francófonos. Tudo por causa da forma como o nome do modelo se pronunciava: MR2 (Mer deux…). Quando deram “por ela” os responsáveis japoneses ainda retiraram o “2 (deux)” da traseira mas… o “selo” estava colado.

A lista de nomes “armadilhados” é vasta. Na galeria de imagens recordamos alguns casos que, dentro e fora de portas, suscitaram alguma controvérsia e… muitas gargalhadas.