Aston Martin contra adiamento do Brexit

28/02/2019

Com Teresa May a abrir a porta a esta possibilidade, a Aston Martin mostra-se contrária ao prolongar da indefinição

A Aston Martin apresentou recentemente as suas contas de 2018, mas as informações mais importantes do evento acabaram por ficar relacionadas ao futuro da empresa. Isto porque, após ter sido aberta por Teresa May a possibilidade de votação ao adiamento do Brexit, algo entretanto confirmado pelo Parlamento, que decide a 14 de março se pede uma extensão do prazo de saída da União Europeia. Andy Palmer, o CEO da marca de Woking, afirmou que um possível adiamento é “mais aborrecimento”, já que significa também o prolongar da indefinição.

A marca inglesa já colocou de parte cerca de 35 milhões de euros para fazer frente a uma possível saída sem acordo. E Andy Palmer refere que, com o adiamento do prazo, essas verbas vão permanecer cativas, ao invés de serem aplicadas às atividades da Aston Martin. Neste montante está contemplada a possibilidade de importar peças por avião, mas o fabricante está também a fazer outras movimentações para se adaptar à saída. Uma das mais importantes está no aumento do recurso a fornecedores locais.

Por exemplo, a fibra de carbono que era importada da Hungria passou a ser produzida por uma empresa da Ilha de Wright, perto do Southampton. E se em 2017 apenas 29% das peças eram fornecidas por empresas do Reino Unido, atualmente são já 5% oriundas de firmas locais. Existem, no entanto alguns entraves a esta opção. Uma delas foi indicada por Andy Palmer, que veio colocar o dedo na ferido ao dizer que é difícil encontrar fornecedores de alta qualidade em território britânico. Além disso, o fornecimento de motores V8 da Daimler e V12 da Ford, feitos na Alemanha, e de caixas de velocidades também importadas, evita que este recurso a empresas locais seja mais expressivo.

Relativamente às contas da Aston Martin em 2018, existem notícias boas e outras não tão agradáveis. Por um lado, o crescimento da marca é notório, com um aumento de 25% no volume de vendas e de 26% nas receitas. Mas, por outro lado, os lucros antes de impostos caíram 7%, o que ainda assim permitiu à marca ter proveitos próximos dos 80 milhões de euros.