A Ford recorda a complexidade existente na replicação da capacidade que os humanos têm de conduzir, com ênfase na tomada das decisões mais corretas, sendo explicado que o objetivo é “fazer os carros ver, sentir, pensar e atuar como os humanos, ou mesmo melhor em alguns casos”. Para tal, o Condutor Virtual tem por base uma cadeia de eventos progressivos que, em conjunto, permitem aos sistemas de piloto automático cumprir a sua função:
– Como os carros veem em redor: Esta situação implica uma dupla questão, que remete para a perceção tratada e a perceção direta, com o primeiro campo a estar a cargo dos mapas de alta resolução tridimensionais que permitem conhecer as estradas e saber onde se encontram os sinais, passadeiras e outros elementos estáticos. Junta-se a utilização de sensores e câmaras para a perceção tratada, que é utilizada para corroborar os conhecimentos acima referidos. Posteriormente, e com recurso a estes elementos, entra em ação a perceção direta, com análise do posicionamento das outras viaturas, peões, ciclistas,etc, o que exige grande capacidade de análise para identificar todas estas variantes com impacto na condução. Ou seja, podemos comparar esta situação com o conhecimento que os humanos têm das estradas por onde circulam, que facilita a condução e a torna muitas vezes quase intuitiva. Por isso, e com base nestas informações, a Ford refere três responsabilidades principais para o condutor virtual: deteção da envolvência, análise de dados para a tomada de decisões e o próprio controlo do veículo;
– Detetar o que rodeia o automóvel: A Ford diz que os dois sensores LIDAR são como os olhos e ouvidos do veículo autónomo, oferecendo uma visão a 360º numa distância equivalente a dois campos de futebol e conseguindo reconhecer onde estão os objetos, o seu tamanho e aquilo que aparentam ser (pessoas, ciclistas, etc.). Esta análise recorre ainda a três câmaras e radares de curto e longo alcance, estes últimos essenciais para condições de visibilidade reduzida, com estes dados a serem enviados para o cérebro autónomo, onde são combinados com as referências à perceção descritos no ponto anterior;
– Capacidade para pensar: A massa cinzenta dos automóveis autónomos consegue analisar por hora um terabyte da informação referida nos pontos anteriores, com os algoritmos criados pelos engenheiros a conseguirem processam milhões de dados por segundo, afirma a Ford. É esta programação que permite aos Fusion utilizados nos testes reagir como programado e expectável;
– Como os veículos autónomos controlam o carro: A marca americana explica que da mesma forma que o cérebro controla os músculos dos membros para conduzir, também os controlos destes veículos sem intervenção humana enviam ordens através de uma rede de sinais eletrónicos. Isto supõe a ligação do hardware ao software, para que estes comandos cheguem à direção, acelerador, travão e transmissão. A Ford explica que, para que tudo funcione corretamente, estes sistemas trabalham como uma réplica do sistema nervoso dos humanos. Estas capacidades requerem energia adicional, pelo que a próxima geração de protótipos de testes Fusion vai contar com um gerador adicional para alimentar estes sistemas que vão fazer com que o carro autónomo acelere, trave e mude de direção como fazem os humanos.