Em 2016 a britânica Land Rover anunciou a saída de linha do seu modelo mais vendido de sempre, um ícone que durante mais de seis décadas lhe concedeu notoriedade mundial e representou mais de 2 milhões de automóveis comercializados. Foi o fim de linha do Defender, que havia estado em comercialização durante 66 anos, mas apenas por pouco tempo.
Já este ano a marca anunciou o lançamento da versão mais potente do modelo, Land Rover Defender Works V8 com produção limitada e um motor de 405cv. Uma excelente forma de prolongar o legado do mais icónico modelo da marca, e logo no ano em que os britânicos assinalam setenta anos de vida.
O título de embaixador é fácil de explicar, e deriva da forte ligação deste modelo com a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho. Ou seja, percorreu o mundo em missões humanitárias e ver chegar as suas icónicas formas era e continua a ser sinal de esperança para populações de todo o planeta. Além disso, o Land Rover Defender é também um explorador por excelência. Quase que pode ser considerado como uma versão terrestre das naus portuguesas, pois também ele deu novos mundos ao mundo quando, em inúmeras expedições, ajudou cientistas e aventureiros a chegar a locais do planeta onde nunca ninguém havia chegado antes. E sempre com uma resistência à prova de tudo, como o indicam as estatísticas que dizem que dois terços da produção ainda estão em circulação.
Tudo começou em 1947, com um desenho que Maurice Wilks fez na Red Wharf Bay, uma praia do Reino Unido. Em 2015 a marca replicou este esboço, numa versão alargada e com um quilómetro de comprimento (
repetiu o feito já este ano, nos Alpes), dando assim início ao que designou como “Ano do Defender”. O lançamento oficial foi feito no Salão de Amsterdão de 1948, no mês de abril, com um exemplar que a marca recentemente redescobriu e restaurou. Originalmente o modelo era conhecido apenas como o Land Rover, com a designação agora famosa a surgir em 1990 quando foi feita a substituição dos LR90 e LR110.
A gama do Land Rover Defender pode ser quase considerada como “um canivete suíço”, dada a quantidade de variantes existentes. Versões de distância curta e longa entre eixos, teto rígido ou em lona, pick-up e variantes especiais para exército e forças policiais são alguns dos exemplos da versatilidade. Este modelo é um importante membro e testemunho da evolução do automóvel mas não só, pois mostra também a evolução da sociedade. Basta para isso recordar que os primeiros modelos custaram 450 libras e o exemplar comemorativo dos 2 milhões de unidades produzidas foi arrebatado em 2015 por 400.000 libras. Uma valorização de “somente” 10000%.
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